Entre os ambiciosos planos da China provavelmente está uma base secreta nos moldes da famosa Área 51, dos Estados Unidos, em meio ao deserto no estado de Nevada. A versão chinesa, na província (também desértica) de Xinjiang, no noroeste do país, teve seus primeiros indícios percebidos no Ocidente em 2016. Foi quando imagens de satélite mostraram pela primeira vez uma pista no limite do antigo campo de teste de armas nucleares chinês em Lop Nur.

Nos últimos meses, a área tem passado por um aumento de atividades. Pelo menos 12 novos edifícios surgiram ali, segundo o site noticioso do governo americano NPR. Eles se somam à pista de 4,2 quilômetros de extensão, onde a China pousou seu avião espacial reutilizável e não tripulado pela primeira vez, em setembro de 2020. Imagens do Google Maps indicam que a pista parece ser um dos lados de um triângulo equilátero, que permitiria decolagens e pousos de três direções diferentes.

Tecnologia militar

No caso americano, o governo instalou uma base na Área 51 para testes de tecnologia militar secreta, como os aviões espiões U-2 e SR-71, o bombardeiro B-2 e o caça stealth (invisível a radares) F-117A. A China está desenvolvendo um bombardeiro com tecnologia stealth, o H-20. Se mais adiante surgirem grandes hangares na Área 51 chinesa, já se saberá que ela será o abrigo dessa novidade bélica de Pequim.

“Acho que estamos observando o que parece ser uma instalação muito importante para as atividades espaciais militares da China, que parecem estar crescendo”, disse à NPR Ankit Panda, membro sênior do Carnegie Endowment for International Peace que monitora as questões espaciais chinesas. “Aeronaves atmosféricas, aeronaves de alta altitude, drones de alta altitude, bombardeiros potenciais, outras aeronaves experimentais. Você conhece o tipo de coisa que os Estados Unidos podem ser acusados ​​de testar em um local como a Área 51.”