Uma cidade com mais de 65 hectares (650 mil metros quadrados) e cerca de 5 mil anos de idade, foi descoberta durante escavações da Autoridade de Antiguidades de Israel. As escavações duraram dois anos e meio na região de Ein Iron, no norte do país, e revelaram a maior cidade já descoberta em Israel.

Pesquisas no sítio arqueológico de En Esur, localizado na região do vale de Wadi Ara, revelaram uma cidade da Idade do Bronze cuidadosamente planejada, cercada por um muro fortificado, com áreas residenciais e públicas, ruas e becos.

Um assentamento ainda mais antigo, datado de 7 mil anos atrás, foi descoberto em escavações mais profundas feitas sob as fundações das casas da cidade “alta”.

Aparentemente, duas fontes de água doce, localizadas nesta área na antiguidade, serviram como um atrativo permanente para as pessoas e contribuíram para a constante ocupação desse território.

As escavações foram assistidas por cerca de 5 mil adolescentes e voluntários, incluindo crianças em idade escolar, cadetes de programas de treinamento militar, estudantes de arqueologia e história local, militares, estudantes de instituições educacionais especiais, além de grupos conjuntos de estudantes judeus e árabes em colaboração com a organização internacional.

Segundo Noah Shaul, guia da Autoridade de Antiguidades de Israel, as escavações arqueológicas mostraram para os alunos e voluntários o processo de obtenção de resultados científicos, e contribuíram para o desenvolvimento pessoal dos participantes e para o enriquecimento do conhecimento da paisagem do país, sua história e lugares memoráveis.

Segundo oficiais de escavação disseram em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel, o achado muda radicalmente nossas ideias sobre a natureza desse período histórico e o momento em que a urbanização começou no território do Israel moderno.

Este é um período na história da Terra de Israel – a Canaã daqueles dias – em que a natureza e o estilo de vida da população começam a mudar drasticamente. A população rural começou a dar lugar a uma sociedade complexa, que vivia principalmente em condições urbanas.

Na zona pública da cidade, os arqueólogos descobriram um templo incomum, marcante pelo tamanho. No pátio do templo, foi revelada uma enorme piscina de pedra para líquidos usados ​​durante rituais religiosos.

No templo foi encontrada ainda uma estrutura contendo ossos de animais carbonizados – evidência de sacrifício -, bem como estatuetas, incluindo uma cabeça humana com uma impressão de um selo representando uma pessoa com as mãos levantadas, ao lado de uma figura de animal.

Essas descobertas permitem determinar as características culturais dos habitantes desta região nos tempos antigos. Eles ganharam a vida na agricultura graças a fontes próximas e terras férteis usadas para semear.

Os restos de edifícios residenciais, vários objetos e edifícios públicos são um sinal de uma sociedade organizada e da hierarquia social que existia na época. As escavações descobriram milhões de fragmentos de cerâmica, ferramentas de pederneira, vasos de pedra de basalto e muito mais.