Muitos cientistas receberam ofensas e ameaças nos últimos dois anos por conta de seus estudos sobre a covid-19, segundo levantamento publicado pela revista Science em 24 de março.

A equipe da publicação convidou pouco mais de 9,5 mil pesquisadores com trabalhos publicados sobre o novo coronavírus para responder a um questionário sobre o assédio sofrido no período. Dos 510 que concordaram em participar, 38% afirmaram ter recebido diferentes tipos de ataques nas redes sociais, por e-mail, telefone ou até mesmo pessoalmente. A maioria dos casos envolveu insultos pessoais, mensagens questionando ou desqualificando o trabalho desses profissionais e acusações de desonestidade ou corrupção (ver gráfico abaixo).

Crédito: Alexandre Affonso

Para alguns, a situação foi mais extrema: 6% receberam mensagens desejando-lhes algum mal ou a morte e 3% foram diretamente ameaçados. Muitos participantes disseram ter desenvolvido quadros de ansiedade e temerem pela reputação. Outros passaram a fazer uso abusivo de substâncias ou desenvolveram doenças ou lesões ligadas ao estresse.

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.