Astrônomos capturaram, pela primeira vez, imagens de um disco de gás quente e poeira ao redor de um planeta recém-formado. Denominado disco circumplanetário, o fenômeno tem sido teorizado há muito tempo, mas até agora nunca havia sido observado de forma conclusiva.

Publicado na revista “Astrophysical Journal Letters”, o estudo do caso foi o resultado do trabalho de uma equipe da Universidade Monash (Austrália) com o uso do Very Large Telescope do Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês), no Chile. As observações coletadas dão uma visão mais nítida da formação de planetas gigantes e suas luas e fornecem evidências diretas de que os modelos teóricos de formação planetária são provavelmente precisos.

Discos circumplanetários são essencialmente versões reduzidas de discos muito maiores que cercam estrelas recém-formadas. Cientistas pensam que eles são a fonte do material presente nos estágios finais da formação do planeta e em quaisquer luas em órbita.

A descoberta australiana se deu a partir da observação do PDS 70b, planeta gigante recém-nascido na órbita da PDS 70, estrela na constelação de Centauro, situada a cerca de 370 milhões de anos-luz da Terra.

“Nossa pesquisa nos ajuda a entender como nosso Sistema Solar de 4,6 bilhões de anos surgiu e como chegamos aqui”, diz Valentin Christiaens, líder da equipe australiana. “Consideramos que as grandes luas de Júpiter e outros gigantes gasosos nasceram em tal disco, e assim nosso trabalho ajuda a explicar como os planetas do Sistema Solar se formaram.”