Seguindo os indícios de subfósseis de pólen e estudos arqueobotânicos, um grupo de pesquisadores da Universidade de Vermont (EUA) encontraram no alto do planalto tibetano, às margens do lago Qinghai – o maior lago da China – as origens da planta da Cannabis sativa. O estudo foi publicado na revista Vegetation History and Archaeobotany.

A equipe liderada por John McPartland acredita que a cannabis – da qual se produz a maconha – permaneceu por milhões de anos nas estepes de alta altitude da Ásia Central. Em seguida, se espalhou pela primeira vez para a Europa, 6 milhões de anos atrás, e depois para a China Oriental, 1,2 milhão de anos atrás. O primeiro pólen de Cannabis aparece no subcontinente indiano há mais de 32 mil anos, mas a primeira evidência arqueológica da planta foi encontrada no Japão em 12 mil anos atrás.

A busca para descobrir as origens da Cannabis não é tarefa simples, porque outro grupo de plantas, o Humulus (ou hop), também conhecido como lúpulo, tem um formato de pólen semelhante ao da Cannabis no registro fóssil. Para distinguir um do outro, a equipe analisou o fóssil de pólens e se baseou em plantas que crescem junto da Cannabis nas estepes, como a Artemísia. Próximo ao lúpulo, por exemplo, crescem árvores.

O estudo, entretanto, não é tão definitivo assim. Basear a conclusão da pesquisa nos companheiros de habitat da planta pode não estar correto, e é possível que haja contaminação cruzada desconhecida. O que é certo é que quando os seres humanos se espalham pelo mundo, a cannabis também se espalhou e ainda hoje é cultivada graças a todas as suas propriedades, do têxtil ao alucinógeno.