Cientistas e ambientalistas se reuniram neste domingo (18) no topo de geleira Okjökull, na Islândia, para lamentar o desaparecimento da área de gelo, que derreteu por conta do aquecimento global. A geleira foi declarada “morta” em 2014.

Um mapa geológico de 1901 estimava que a geleira Okjökull ocupava uma área de 38 quilômetros quadrados. Em 1978, fotografias aéreas mostraram que a geleira havia diminuído para três quilômetros quadrados. Hoje, ela ocupa menos de um quilômetro quadrado.

A foto acima mostra a geleira em 1986 e hoje, em 2019. A imagem de 1986 mostra uma área branca sólida, ao norte da cratera cheia de neve. Também é possível ver neve nas bordas da geleira. Em agosto de 2019, restam apenas alguns trechos esparsos de gelo fino. Segundo a Nasa, as pequenas áreas na cor azul são de água derretida pela massa de ar quente que atingiu a Islândia e se moveu da Europa para a Groenlândia no final de julho.

De acordo com a agência espacial americana, o desaparecimento da geleira não é apenas uma questão de diminuição de área. Os glaciares se formam a partir de neve que se compacta em gelo com o tempo. O gelo então “escorrega” para baixo, por causa de seu próprio peso. A geleira Okjökull ficou tão pouco espessa que ela não tem mais massa para escoar. De acordo com algumas definições, uma geleira estagnada é uma geleira morta.

A geleira de Okjökull, também conhecida apenas por “Ok”, fazia parte do conjunto Langjökull, um dos oito grupos de glaciares da Islândia. O gelo cobre cerca de 10% da superfície da ilha, fazendo dela uma parte integral da paisagem. A perda de gelo pode afetar uma gama de aspectos da vida na Islândia, podendo impactar nos recursos aquáticos, infraestrutura e até na elevação do solo, já que ele vai se apoiar em uma massa mais leve de gelo.

Uma placa foi instalada na área onde ficava a geleira com uma “carta para o futuro”. A mensagem diz: “Ok é a primeira geleira a perder esse status na Islândia. “Nós próximos 200 anos, todas as nossas geleiras seguirão esse caminho. Esse monumento é para reconhecer que sabemos o que está acontecendo e o que precisa ser feito. Só vocês saberão se fizemos.”