Quase uma década após o acidente nuclear em Fukushima, no Japão, pesquisadores americanos e japoneses descobriram que as populações de animais silvestres são abundantes em áreas sem vida humana. Segundo o estudo feito com câmeras, publicado na revista “Journal of Frontiers in Ecology and the Environment”, mais de 267 mil fotos da vida selvagem, obtidas em 106 locais diferentes durante 120 dias, registraram mais de 20 espécies. Entre eles estão javalis, lebre-japonesa, macacos, faisão, raposa e o cão-guaxinim (um parente da raposa) em diversas áreas da paisagem.

Notadamente proeminentes foram as espécies que frequentemente entram em conflito com os seres humanos, sobretudo os javalis.

A equipe de pesquisadores, liderada pelo biólogo James Beasley, da Universidade da Geórgia (EUA), realizou estudos semelhantes no local do acidente de Chernobyl, na Ucrânia. Relatos dão conta de que atualmente Chernobyl é um importante refúgio de vida selvagem.

Mãe e filhote macacos nas matas na região de Fukushima. Crédito: Universidade da Geórgia

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“Esta pesquisa faz uma contribuição importante porque examina os impactos radiológicos nas populações de animais selvagens, enquanto a maioria dos estudos anteriores procurou efeitos em animais individuais”, diz o coautor Thomas Hinton, da Universidade de Fukushima (Japão). Ele ressalva, porém, que os resultados da pesquisa não representam uma avaliação da saúde dos animais.