Cientistas da Divisão Australiana da Antártida estão se preparando para perfurar o gelo do continente gelado em até três metros de profundidade.

Segundo o glaciologista Tas van Ommen disse ao jornal “The Guardian”, a equipe vai analisar as minúsculas bolhas de ar que ficam presas entre os flocos de neve no gelo conforme eles vão sendo enterrados. De acordo com Ommen, essas bolhas são cápsulas do tempo de atmosferas do passado. Estima-se que o gelo que será perfurado date de 1,5 milhão de anos atrás.

Há cerca de um milhão de anos atrás, a Terra passou de ter ciclos de eras glaciais a cada 40 mil anos para ciclos de 100 mil anos. Os cientistas acreditam que essas mudanças tenham relação com a concentração de gás carbônico na atmosfera, e querem entender como o CO2 influenciou essas mudanças.

A ideia é relacionar essas descobertas com o momento atual do planeta e entender quais as consequências das emissões de CO2 nas últimas décadas para o clima da Terra no futuro.

Mas o processo será lento. A broca que fará a perfuração, que é feita de aço inoxidável, bronze-alumínio e titânio e pode suportar uma temperatura de até -55oC, está sendo montada na Antártida, mas vai começar a trabalhar apenas em 2021. O trabalho de perfuração deve durar quatro anos.