Na semana passada, uma equipe internacional de pesquisadores do projeto DAIMON (Decision Aid for Marine Munitions) apresentou no Instituto Thünen em Bremerhaven, da Alemanha, suas descobertas e análises sobre as munições convencionais e armas químicas afundadas no fundo do Mar Báltico após a Segunda Guerra Mundial – estes incluíam TNT e arsênico.

Estima-se que em torno de 300.000 toneladas métricas desses armamentos estão bem próximas da costa alemã. A poucos passos da cidade de Kiel, está a área de lançamento de munições Kolberger Heide, com 35.000 toneladas métricas de minas marítimas e torpedos a cerca de 12 metros de profundidade, que podem ser vistas da praia.

Os pesquisadores prepararam material para ajudar políticos locais e repartições do governo a decidirem monitorar ou remover essas munições. A questão não é simples, já que as opções envolvem altos riscos. Ou deixar que sigam liberando substâncias tóxicas ou tentar lidar com a possibilidade de que desmanchem ou de que hajam explosões, caso sejam mexidos – tanto para serem removidos quanto para que se construam um novo parque eólico ou se instale um cabo submarino, por exemplo.

As consequências para o meio ambiente não eram consideradas – ou eram até desconhecidas – naquela época. Mas hoje, décadas depois, está comprovado que esse armamento libera toxinas nas águas, contaminando o meio e os animais que vivem naquele ambiente.

As bombas ainda estão liberando substâncias tóxicas, que são absorvidas pela biota local (Crédito: Alfred Wegener Institute)

Os mexilhões que foram expostos às condições em ‘Kolberger Heide’ em pequenas gaiolas acumularam metabólitos de TNT – prova clara de que as bombas ainda estão liberando substâncias tóxicas, que são absorvidas pela biota local. Os pesquisadores também confirmaram que o TNT é venenoso para mexilhões e causa danos genéticos em peixes, que podem produzir tumores nos animas das áreas de despejo.

O evento foi organizado em conjunto pelo Instituto Alfred Wegener, o Centro Helmholtz de Pesquisa Polar e Marinha e o Instituto Thünen de Ecologia das Pescas. Participaram mais de 100 integrantes das comunidades de pesquisa, administrativa, política e industrial.