A Península da Coreia está se defrontando de modo bem peculiar com a mudança climática. Em geral, seu histórico é de receber um tufão por ano. Em 2020, porém, ela pode enfrentar três desses ciclones em apenas duas semanas. Uma semana após o tufão Bavi ter trazido fortes ventos e chuva para as Coreias do Norte e do Sul, o Maysak atingiu a Coreia do Sul como um tufão de categoria 2.

O espectrorradiômetro de resolução moderada (MODIS) do satélite Terra, da Nasa, adquiriu a imagem em cores naturais do Maysak reproduzida acima no fim da manhã de 2 de setembro de 2020. Na época, a tempestade apresentava ventos sustentados de cerca de 190 quilômetros por hora.

Pouco antes de o Maysak tocar o solo, nas primeiras horas de 3 de setembro, o Joint Typhoon Warning Center dos EUA relatou ventos sustentados de 170 quilômetros por hora enquanto o foco da tempestade estava a sudoeste de Busan, a segunda maior cidade da Coreia do Sul e o quinto maior porto do mundo. Acredita-se que o Maysak seja apenas o sexto tufão de categoria 2 ou superior a atingir a Península Coreana desde 1951.

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Solo já encharcado

O Maysak atingiu a intensidade de tufão em 29 de agosto e evoluiu para se tornar o mais forte fenômeno do gênero até agora da temporada de 2020 no Pacífico Ocidental. No auge de intensidade, em 1º de setembro, seus ventos atingiram 230 quilômetros por hora, uma tempestade de categoria 4.

O tufão atingiu Okinawa, as Ilhas Ryukyu e a ilha de Jeju antes de chegar à Península Coreana. Os meteorologistas previram chuvas generalizadas de 100 a 200 milímetros. Essa chuva está caindo sobre o solo já encharcado pela segunda temporada de monções mais chuvosa da Coreia do Sul e pelas precipitações provocadas pelo tufão Bavi.

Os problemas de tempestades podem não ter acabado para as Coreias do Sul e do Norte. Outro tufão, Haishen, está se desenvolvendo ao sul do Japão. Prevê-se que ele chegue à Península Coreana em 6 ou 7 de setembro. Na noite de 2 de setembro, o Haishen já apresentava ventos de 130 quilômetros por hora. Segundo as previsões, ele poderia atingir a categoria 4 enquanto se move sobre as águas extremamente quentes do Pacífico Ocidental tropical.