Um achado de crianças do ensino infantil da cidade de Saint-Laurent Médoc, no sudoeste da França, se tornou um estudo publicado no Journal of Archaeological Science: Reports. Em 2006, os pequenos tropeçaram em antigos restos humanos no parquinho da escola, que foi imediatamente transformado num sítio de escavação arqueológica.

Dali foram desenterrados restos mortais de vários indivíduos e seus últimos pertences mundanos, como cerâmicas, botões ósseos e pontas de flechas. Segundo as datações, a área foi usada como um local de enterro por diferentes grupos durante um período de cerca de 2.000 anos, do Neolítico à Idade do Ferro.

À primeira vista, o túmulo parecia pertencer a membros da cultura Beaker, um dos primeiros grupos a se espalhar por grande parte da Europa entre 2800 a.C. e 600 a.C. Mas a datação por radiocarbono e as análises isotópicas de restos humanos, especialmente dos dentes, mostrou que os esqueletos foram depositados ali entre 3600 a.C. e 1250 a.C.

Os estudos indicaram ainda que algumas daquelas pessoas eram de outras partes da Europa. Um indivíduo, por exemplo, parece ter nascido em um clima muito mais frio, provavelmente nas montanhas dos Pirineus, no sul do país, onde faz divisa com a Península Ibérica.

Ainda é um mistério por que o lugar foi um centro de atividades funerárias por milênios. “É um monte com cerca de 50 centímetros de profundidade. Não é em uma colina ou um local óbvio, então há algo mais sobre este site que levou as pessoas a voltar aqui”, Hannah James, arqueóloga e candidata a PhD na Universidade Nacional Australiana, em comunicado.