Um levantamento da consultoria Ember mostrou que as emissões do setor de energia em todo mundo, no 1º semestre de 2021, superaram em 5% o patamar registrado no mesmo período em 2019, anterior à pandemia. Na comparação com o 1º semestre de 2020, período inicial da pandemia, o crescimento das emissões foi de 12%.

De acordo com a análise, duas constatações explicam o aumento: a retomada da demanda por energia elétrica, que voltou aos níveis anteriores ao baque causado pela covid-19, e o uso de fontes fósseis de energia para atender ao aumento de demanda. A queima de carvão, por exemplo, também teve um aumento de 5% no último semestre na comparação com o mesmo período em 2019. Isso significa que, a despeito das promessas dos governos e do barateamento da geração elétrica por fontes renováveis, o setor ainda segue queimando combustíveis fósseis para gerar energia.

Vários países, como EUA, Japão, Coreia do Sul, além dos da União Europeia, até conseguiram atingir uma redução de suas emissões provenientes da geração elétrica no 1º semestre de 2021, com a expansão da geração eólica e solar substituindo a queima de carvão. No entanto, o fato de a demanda ainda não ter retornado a patamares normais nesses mercados também contribui para o resultado.

Por outro lado, os países com demanda crescente de eletricidade (como China e Índia) registraram um aumento de emissões, impulsionado pela geração de termelétricas a carvão. “Nenhum país alcançou ainda uma verdadeira ‘recuperação verde’ para o setor de energia”, observou a Ember.

Bloomberg, The Verge e Washington Post repercutiram esses dados.