A carcaça muito bem preservada de um rinoceronte-lanudo da Era do Gelo foi desenterrada por moradores na Iacútia (leste da Sibéria), disseram pesquisadores citados pelo site BBC News e pelo jornal “The Guardian”.

O animal ficou à mostra graças ao derretimento do permafrost na região de Abyisky, no nordeste da Rússia. A maior parte dos órgãos internos dele está intacta. Isso o coloca na lista dos animais mais bem preservados já encontrados na região.

Os especialistas levarão o rinoceronte este mês para estudos adicionais em um laboratório na cidade de Yakutsk. Ali serão feitas amostras e análises de radiocarbono, que darão uma ideia mais clara da idade do animal. Por enquanto, sabe-se que ele viveu no final da era do Pleistoceno, entre 20 mil e 50 mil anos atrás.

Chifre preservado

Valery Plotnikov, paleontólogo da Academia Russa de Ciências que examinou os restos mortais, disse à mídia do seu país que o rinoceronte tinha entre três e quatro anos quando morreu, provavelmente por afogamento. Segundo ele, grande parte do tecido mole do rinoceronte ainda era visível, incluindo parte dos intestinos e genitais.

“Um pequeno chifre nasal também foi preservado. Isso é uma raridade, já que ele se decompõe rapidamente”, disse Plotnikov, de acordo com a Yakutia 24 TV. Vestígios de desgaste no chifre sugerem que o rinoceronte “o usava ativamente para se alimentar”, disse ele.

O rinoceronte foi descoberto pela primeira vez em agosto por um residente local na margem do rio Tirekhtyakh. Fica perto do local onde outro jovem rinoceronte-lanudo foi recuperado em 2014. Esse rinoceronte, que os pesquisadores denominaram Sasha, teria vivido há 34 mil anos.

Nos últimos anos, o derretimento do permafrost tem proporcionado grandes descobertas de restos mortais de mamutes, rinocerontes-lanudos, potros, vários filhotes e leões-das-cavernas em partes da Sibéria. Um potro conhecido como cavalo de Lena, que viveu há 42 mil anos, foi encontrado no permafrost na cratera Batagaika.