O hemisfério sul conheceu em 2016 o ciclone mais forte já registrado nesta parte do planeta: o Winston, que passou em fevereiro pelos arquipélagos de Vanuatu, Tonga e Fiji, no Oceano Pacífico. O tufão (a denominação que recebem os ciclones formados no Pacífico) registrou ventos de até 230 quilômetros por hora e rajadas de até 285 km/h. Seu potencial destrutivo foi demonstrado em Fiji, cuja principal ilha, Viti Levu, recebeu o ciclone no dia 20, com status de categoria 5 (a máxima da escala), chuvas intensas e ondas de até 12 metros de altura.

Viti Levu abriga a capital do país, Suva, e mais de 600 mil dos 900 mil fijianos. Segundo a imprensa de Fiji, o Winston levou o governo local a decretar toque de recolher durante a passagem do ciclone e a ativar 758 centros de evacuação. Todos os voos para o país, um popular destino de férias para australianos e neozelandeses, foram cancelados pelas empresas aéreas Fiji Airways, Virgin Australia e Jetstar. Houve 44 mortes no arquipélago por causa da passagem do tufão, que deixou Viti Levu sem água nem energia elétrica por cerca de uma semana.

A força destrutiva do Winston está em sintonia com as previsões de que o aquecimento global favorece o surgimento de eventos climáticos extremos mais poderosos. Outro aspecto chamativo, este ainda sem explicação, foi o rumo seguido pelo ciclone: enquanto quase todas as tempestades recentes passaram por Fiji no sentido oeste-leste, o Winston fez o caminho inverso.