Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), que publica regularmente a Lista Vermelha de espécies ameaçadas, dezessete espécies de tubarões estão agora em extinção. Cinqüenta e oito espécies de tubarões foram avaliadas: seis delas foram identificadas como “criticamente ameaçadas” e 11 como “ameaçadas” ou “vulneráveis” à extinção. Três espécies aparecem na lista pela primeira vez: o tubarão-anão, o tubarão-anjo e o anjo-de-malhas.

A péssima notícia, entretanto, não surpreende quem trabalha com o tema. “Nossos resultados são alarmantes e ainda não surpreendentes, já que descobrimos que os tubarões que são especialmente de crescimento lento, procurados e desprotegidos da pesca excessiva tendem a ser os mais ameaçados”, disse o Professor Nicholas Dulvy, Grupo Especialista em Tubarões da IUCN (SSG, da sigla em inglês) e co-presidente da Simon Fraser University, em um comunicado.

Apesar de serem rotulados como feras do mar, pela mordida mortal e rapidez no nado, os tubarões são, na verdade, muito vulneráveis à ferocidade da sobrepesca praticada pelos humanos. Em algumas espécies, a gestação pode durar três anos, e outras levam vários anos para chegar à fase adulta e de reprodução.

Além disso, o fato de não estarem atualmente sujeitos a cotas internacionais de pesca vem piorando a situação, já que são desejados por sua carne e pela barbatana (a sopa de barbatana é uma iguaria cara para os asiáticos). Estima-se que 100 milhões de tubarões são mortos a cada ano.

“Para virar a maré e permitir a recuperação de tubarões e arraias, o SSG está exigindo limites de pesca nacionais e internacionais imediatos, incluindo a proibição total de pescar as espécies avaliadas como em perigo ou criticamente ameaçadas de extinção. A necessidade de ação é urgente ”, afirma Sonja Fordham, vice-presidente do SSG, com base na Shark Advocates International, em um comunicado da IUCN.