Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, o alerta vai para as ameaças que pairam sobre 68% das áreas de proteção e indígenas da Amazônia. Esse é o resultado de um estudo realizado pela Rede Amazônica de Informação Ambiental Georreferenciada (Raisg), envolvendo pesquisadores de seis países, sob a coordenação da ONG Instituto Socioambiental, segundo publicação da BBC News.

A maior floresta tropical do planeta abrange 847 milhões de hectares envolvendo territórios no Brasil (concentrando 62% da sua extensão), Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Guiana Francesa. Desse total, grande parte dos 390 milhões de hectares dedicados à conservação ambiental e a comunidades indígenas estão em risco devido a obras de infraestrutura, hidrelétricas, extração de minério e petróleo, queimadas e desmatamentos.

Muitos dos projetos de desenvolvimento causadores de enormes desmatamentos na floresta são apoiados por governos federais e regionais, que valorizam aspectos econômicos e setores produtivos em detrimento da preservação ambiental e dos modos de vida dos povos originais. O estudo do Raisg cita, por exemplo, o projeto de construção da Ferrogrão, uma ferrovia com 933 km de extensão que ligará o Mato Grosso ao Pará.

Até 2018 26 mil quilômetros dos 136 mil km de estradas abertas na Amazônia cortaram áreas de conservação e territórios indígenas. Ao mesmo tempo, 162 das 272 usinas hidrelétricas planejadas, em construção ou já em operação na Amazônia estão dentro de áreas de proteção.

A extração de minério e petróleo são outras duas atividades de maior impacto. O estudo destaca que alguns destes empreendimentos estão entre as maiores minas a céu aberto do mundo. O Brasil concentra 108 mil hectares (75% do total entre as nações amazônicas), em área de floresta destinada à mineração.

A exploração de petróleo, por sua vez, envolve extensas redes de tubulações que cortam a floresta gerando desastres ambientais como 190 derramamentos de petróleo nos últimos 20 anos na Amazônia peruana, e derramamento de 650 mil barris de petróleo no Equador, além de mais de 2 milhões de hectares desmatados no país.

O resultado completo do levantamento será publicado no portal Amazônia na Encruzilhada, elaborado pela InfoAmazônia, uma agência dedicada a divulgar informações sobre a região amazônica. No site, os visitantes terão acesso a mapas interativos, fotos, vídeos e estudos de casos.