Um diamante extraído de uma mina em Botsuana, no sul da África, e depositado no Museu de História Natural de Los Angeles (NHMLA), nos Estados Unidos, abriga em seu interior um mineral nunca visto antes: a perovskita de silicato de cálcio.

O mineralogista Oliver Tschauner, da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos, e seus colaboradores analisaram a composição química e a estrutura do mineral, que recebeu o nome de davemaoíta em homenagem ao geofísico e mineralogista sino-americano Ho-kwang (Dave) Mao (Science, 12 de novembro). A davemaoíta só deve se formar a mais de 660 quilômetros abaixo da superfície do planeta, em uma região chamada manto inferior, onde a temperatura passa dos 2 mil graus Celsius e a pressão é centenas de milhares de vezes superior à observada ao nível do mar.

Calcula-se que de 5% a 7% do manto inferior seja composto por esse mineral, que aloja em sua estrutura cristalina elementos químicos radioativos (urânio, tório, potássio, entre outros) responsáveis por produzir parte do calor do interior da Terra.

* Este artigo foi republicado do site Revista Pesquisa Fapesp sob uma licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.