Uma equipe de pesquisadores chineses e americanos descobriu um inseto semelhante ao piolho que viveu no período Cretáceo (entre 145 milhões e 66 milhões de anos atrás). Preservado em âmbar encontrado em Mianmar, o Mesophthirus engeli sugere que os dinossauros com penas seus contemporâneos foram atormentados por eles, tal qual os pássaros modernos sofrem com os piolhos. As penas danificadas achadas e as presas afiadas do inseto reforçam a suspeita.

Os pesquisadores, da Capital Normal University em Pequim (China) e do Museu Nacional de História Natural da Smithsonian Institution (EUA), publicaram seu estudo na revista “Nature Communications”.

“Os dinossauros emplumados foram parasitados por insetos semelhantes aos piolhos modernos”, sintetizou o autor correspondente Ren Dong, da Capital Normal University.

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A equipe estudou 10 ninfas (nome dado ao estágio inicial de crescimento de alguns invertebrados) de insetos preservadas dentro de duas penas de dinossauro em dois pedaços de âmbar na província de Kachin, no norte de Mianmar.

Pena danificada

A nova espécie tinha até 0,5 milímetro de comprimento, antenas robustas e curtas. Apresentava também peças bucais fortes para mastigar e garras nas patas.

Uma das penas, por seu lado, está aparentemente danificada pela mastigação, de maneira muito semelhante ao que ocorre com as penas de pássaros modernos parasitadas por piolhos.

Um dos insetos preservados no âmbar. Crédito: Taiping Gao et. al.

A diferença de centenas de milhões de anos não produziu diferenças marcantes no corpo dos piolhos modernos em relação aos seus antepassados longínquos.

“As novas descobertas fornecem a evidência mais antiga conhecida sobre a origem dos insetos ectoparasitários que se alimentam de penas, o que apoia fortemente que os comportamentos de alimentação do tegumento dos insetos apareceram durante ou antes do meio do Cretáceo, juntamente com as propagações de dinossauros de penas, incluindo pássaros”, concluíram os cientistas.