Fósseis de pequenos dinossauros bebês descobertos no Alasca oferecem fortes evidências de que criaturas pré-históricas viviam durante o ano inteiro no Ártico, e provavelmente eram animais que tinham sangue quente, de acordo com estudo publicado na revista científica Current Biology.

Os fósseis são de pelo menos sete tipos de dinossauros recém-nascidos ou ainda em seus ovos, de cerca de 70 milhões de anos atrás. Pesquisadores nunca haviam encontrado evidências de ninhos de dinossauros tão ao norte, afirmou o principal autor do estudo, Patrick Druckenmiller, diretor da Universidade do Alasca e do Museu do Norte.

A descoberta ajuda a reverter suposições do passado de que dinossauros seriam répteis gigantescos de sangue frio.

“Se eles se reproduziam, então eles passavam o inverno lá. Se passavam o inverno lá, tinham de lidar com condições que não são normalmente associadas aos dinossauros, como condições de congelamento e neve”, disse Druckenmiller.

Comparação do tamanho de ossos e dentes de dinossauros perinatais (bebês) da Formação Prince Creek, norte do Alasca, com a moeda de um centavo dos EUA. O centavo tem 19 mm de diâmetro. Crédito:Patrick Druckenmiller
Aquecimento interno

Para sobreviverem aos sombrios invernos no Ártico, os dinossauros não poderiam ficar ao sol para se esquentar, como fazem os lagartos, disse o pesquisador.

“Esses grupos tinham pelo menos a endotermia”, afirmou. O termo endotermia descreve a habilidade de os animais esquentarem seus corpos por meio de funções internas. “Eles tinham um grau de endotermia.”

O local da descoberta é uma falésia íngreme na margem norte do rio Colville, no Alasca. Ele fica na latitude 70, a cerca de 400 quilômetros ao norte do Círculo Ártico. No período Cretáceo, quando a América do Norte tinha um posicionamento diferente, o local ficava ainda mais ao norte, na latitude 80 ou 85, segundo Druckenmiller.