No último sábado, 4 de dezembro, a partir das 7h00 GMT (4h00 da manhã em Brasília), pouquíssimos privilegiados tiveram a oportunidade de ver a Lua se interpor diante do Sol e projetar uma sombra na Terra até produzir um eclipse solar total. O local explica o número reduzido de observadores: a Antártida. Pelo menos cinco equipes de cientistas chilenos se instalaram a 1.000 quilômetros do Polo Sul para observar o evento, no âmbito da Expedição Científica Antártica LVIII organizada pelo Instituto Antártico Chileno (Inach) à Estação Polar Científica do Glaciar La Unión, base operada pela instituição.

A Nasa transmitiu o fenômeno diretamente da estação polar. Segundo a agência espacial americana, o eclipse do último sábado foi parcial em partes do hemisfério sul, incluindo partes de Santa Helena, Namíbia, Lesoto, África do Sul, Chile, Nova Zelândia e Austrália.

Militares da Força Aérea do Chile registraram o fenômeno astronômico e compartilharam imagens do local em suas redes sociais.

Próxima versão em 2039

O fenômeno durou cerca de duas horas, mas o tempo total de cobertura atingiu apenas 46 segundos, informou o astrofísico Patricio Rojo, da Universidade do Chile, líder de uma das equipes de seu país que fizeram as observações.

“No nosso caso, o objetivo era observar a extensão da coroa solar [a camada mais externa do Sol]”, disse ele. “Embora tenhamos observações no espaço apontando para áreas específicas, a partir de eclipses terrestres pode-se estudar a extensa área dessa coroa.”

É o segundo evento com essas características documentado desde o Polo Sul do planeta – o outro foi registrado em 2003. O próximo eclipse solar a ocorrer ali está previsto para 2039.