Luis Pellegrini – Diretor de Redação

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Nossa matéria de capa aborda um tema delicado, por muitos considerado tabu: o controle global da natalidade. Do ponto de vista da moral e da política governamental tradicionais, trata-se de uma aberração. A Igreja vai ainda mais fundo, ao lançar quase todos os métodos anticoncepcionais na vala comum dos pecados graves, dignos de excomunhão. Mas, enquanto os poderes da reação e os da revolução dos costumes se entregam a seus eternos debates, ecologistas e demógrafos acumulam dados a cada dia mais inquietantes.

Somos hoje quase 7 bilhões na face do planeta. Em 2050, poderemos atingir 10 bilhões. Já hoje, no entanto, consumimos cerca de 30% mais recursos daquilo que a Terra é capaz de renovar e repor. Do ponto de vista da ecologia, o resultado dessa progressão é bem fácil de calcular: esgotamento próximo das reservas de água potável e de alimentos, com os consequentes conflitos bélicos pela posse delas. Conflitos que, por sinal, já eclodem em várias localidades menos favorecidas pela geografia e pelo clima.

O controle global da natalidade é inevitável, afirmam os ecologistas, brandindo seus dados estatísticos. A população mundial não chegará sequer a 8 bilhões, proclamam demógrafos importantes, sob o argumento de que os sistemas mundiais irão desmoronar muito antes disso, por conta da poluição das águas, das mudanças climáticas, dos agrotóxicos e do declínio próximo das reservas de petróleo.

Enquanto isso, as injustiças sociais perduram, em nível mundial. Como diz o ecologista francês Yves Cochet, “o nascimento de um bebê europeu equivale, em termos de impacto ambiental, ao nascimento de dez bebês do Usbequistão ou de dez pequenos congoleses”.

As informações de nossa reportagem são bem inquietantes e merecem muita reflexão por parte de todos nós. Mas que essa reflexão seja feita sem preconceitos, a partir dos fatos apontados nas curvas demográficas atuais, que assinalam uma evidente superação do ponto sem retorno em termos do número de pessoas que a Terra consegue sustentar. Confira.

Aproveito para convidar os leitores a visitar meu recém-lançado site pessoal – www.luispellegrini.com.br – trata-se, na verdade, de um área digital de treinamento para uma empreitada bem mais complexa e importante: o lançamento, nos próximos meses, do novo portal de PLANETA na internet.

Todos, desde já, são bem-vindos.