Segundo o relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) “Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e no Caribe”, de 2017, a desnutrição infantil crônica nessa região caiu de 24,5% em 1990 para 11% em 2016. Mas 5,9 milhões de crianças ainda são afetadas pela desnutrição, e o sobrepeso e a obesidade tornaram-se importantes problemas de saúde na área, onde 7% das crianças com menos de 5 anos já têm excesso de peso.

Uma parceria nesse sentido do Escritório Regional da FAO e da Oficina Regional de Educação da Unesco para América Latina e Caribe (Orealc/Unesco) em Santiago, no Chile, resultou no acordo “Segurança Alimentar e Nutricional para Crianças e Adolescentes na América Latina e no Caribe”, assinado em outubro. Ele promoverá o desenvolvimento de ações, políticas e programas que ajudem a aprimorar a educação para a saúde e o bem-estar, de modo a melhorar a dieta e a nutrição de crianças em idade escolar.

Segundo a FAO, os programas de merenda escolar reforçam a continuidade do ciclo nutricional e fortalecem a cultura alimentar e a participação social na criação de hábitos saudáveis. A educação voltada para uma boa nutrição e estilos de vida saudáveis deve acompanhar esses programas ao longo do ciclo escolar, observa a Unesco. A FAO estimula desde 2009 os programas de merenda escolar e escolas sustentáveis em 13 países da região, com o apoio de financiadores brasileiros.

“As crianças em idade escolar são uma prioridade para intervenções nutricionais e a escola é o lugar ideal para ensinar informações básicas sobre dieta, nutrição e saúde”, disse Adoniram Sanches, oficial de política sênior da FAO para América Latina e Caribe, por ocasião da assinatura do documento. “Esse acordo nos permitirá unir-nos para melhorar o acesso a alimentos saudáveis e suficientes para os jovens no contexto do trabalho de implementação do Roteiro da Agenda Educacional de 2030 para América Latina e Caribe e Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4”, acrescentou Cecilia Barbieri, diretora da Orealc/Unesco Santiago.

Pelo acordo, as agências promoverão o fortalecimento da educação alimentar e sua integração na formulação de políticas, baseando-se na sistematização das políticas de segurança alimentar e nutrição na região como base e nas experiências de programas de alimentação escolar na região.