A pele de castor era um símbolo de riqueza e um importante item comercial na Dinamarca do século 10, de acordo com um estudo publicado na revista de acesso aberto PLOS ONE por Luise Ørsted Brandt, da Universidade de Copenhague (Dinamarca), e colegas.

Fontes escritas indicam que a pele era uma mercadoria-chave durante a Era Viking (800-1050 d.C.), mas a pele não sobrevive bem no registro arqueológico. Portanto, poucas evidências diretas estão disponíveis. Estudos anteriores usaram a anatomia microscópica de peles antigas para identificar espécies de origem, mas esse método geralmente é inexato. Em suma, não se sabe muito sobre os tipos de peles que os vikings preferiam.

Neste estudo, Brandt e colegas analisaram restos de animais de seis túmulos de alto status da Dinamarca do século 10. Embora nenhum DNA antigo tenha sido recuperado das amostras, talvez devido a processos de tratamento realizados em peles e peles e provavelmente devido às condições de preservação, proteínas identificáveis ​​foram recuperadas por duas técnicas analíticas diferentes. Os móveis e acessórios de túmulos incluíam peles de animais domésticos, enquanto as roupas exibiam peles de animais selvagens – especificamente, uma doninha, um esquilo e castores.

Mapa dos locais estudados (a) e exemplos de peles incluídas: b) Hvilehøj C4273-97, fragmento 1, c) Hvilehøj C4280c, d) Bjerringhøj C143. Gráficos: Luise Ørsted Brandt e Charlotte Rimstad. Fotos: Roberto Fortuna, Museu Nacional da Dinamarca. Crédito: Brandt et al., 2022, PLOS ONE, CC-BY 4.0 (creativecommons.org/licenses/by/4.0/)

Símbolo de riqueza

Essas descobertas apoiam a ideia de que a pele era um símbolo de riqueza durante a Era Viking. O fato de os castores não serem nativos da Dinamarca sugere que essa pele era um item de luxo adquirido através do comércio. Alguns itens de vestuário incluíam peles de várias espécies, demonstrando um conhecimento das várias funções de diferentes peles de animais, e podem ter indicado o desejo de exibir peles exclusivas. Os autores observam que o maior fator limitante nesse tipo de estudo é a incompletude dos bancos de dados comparativos de proteínas. À medida que esses bancos de dados se expandem, identificações mais específicas de peles e peles de animais antigos serão possíveis.

Os autores acrescentam: “Na Era Viking, usar peles exóticas era quase certamente uma declaração visual óbvia de riqueza e status social, semelhante à moda de alta qualidade no mundo de hoje. Este estudo usa proteínas antigas preservadas em sepulturas vikings para proporcionar evidência de comércio e uso de peles de castor”.