Andreas Otto, dos Verdes, foi eleito. Mas quem recebeu a confirmação da vitória foi seu homônimo do partido liberal FDP. Organização do pleito na capital alemã registrou diversos problemas neste ano.A organização das eleições em Berlim, capital da Alemanha, em setembro, não correu como esperado. Houve falta de cédulas em alguns locais, cédulas entregues em zonas eleitorais erradas e filas que obrigaram alguns cidadãos a aguardar por horas. Mas não foi só isso. Um político que não foi eleito recebeu uma carta da autoridade que organiza o pleito o convidando a assumir uma cadeira no Legislativo local.

O comunicado oficial foi enviado a Andreas Otto, do partido liberal pró-mercado FDP e atuante no distrito de Reinickendorf. Mas quem havia sido eleito era seu homônimo, Andreas Otto dos Verdes, pelo distrito de Pankow. O caso foi revelado pela revista Der Spiegel nesta segunda-feira (18/10).

A revista confirmou o ocorrido com o Otto dos Verdes, que até o momento não recebeu a carta da autoridade eleitoral comunicando sua vitória e o convidando a assumir seu mandato.

Responsável pelas eleições renuncia ao cargo

Na eleição deste ano, os moradores de Berlim puderam votar para cargos federais e estaduais, para conselhos locais e em um referendo sobre a expropriação de grandes imobiliárias que possuem milhares de apartamentos na cidade.

A dificuldade era previsível, já que os eleitores deveriam manifestar suas escolhas por meio de cinco cédulas diferentes, mas mesmo assim muitas zonas eleitorais estavam despreparadas.

No dia da eleição, mais cabines de votação foram instaladas às pressas, e cédulas extras foram enviadas às zonas eleitorais onde estavam em falta – mas, em alguns casos, a entrega foi prejudicada pela realização da maratona anual de Berlim, no mesmo dia da eleição, em 26 de setembro.

Não foram registrados casos de tentativas deliberadas de fraude, mas a confiança no sistema eleitoral em Berlim foi abalada. Houve relatos de mesários oferencendo aos eleitores a opção de votar somente nas eleições federais devido à falta de cédulas, e de eleitores que não conseguiram votar apesar de terem chegado na fila até as 18h, como determina a lei.

Três dias após o pleito, a responsável pela autoridade eleitoral berlinense, Petra Michaelis, assumiu a responsabilidade pelos erros e comunicou que deixaria o cargo em outubro. Segundo ela, houve irregularidades em 207 das 2.257 zonas eleitorais de Berlim. “Um número que deve nos chocar e nos incomodar”, disse.

bl (ots)