A EmbraerX, subsidiária de negócios disruptivos da empresa-mãe Embraer (e não incluída na transação com a Boeing), revelou ontem sua versão de carro voador no Uber Elevate Summit 2019, em Washington. De acordo com a companhia, o veículo elétrico de decolagem e aterrissagem vertical (eVTOL, na sigla em inglês) apresenta alta confiabilidade, custos operacionais reduzidos e baixa produção de ruídos. O aparelho, cujo interior deverá lembrar o de um utilitário esportivo (SUV), é totalmente elétrico e progressivamente autônomo.

No evento, Antonio Campello, presidente e CEO da Embraer X, definiu o carro voador da empresa como uma “aeronave para as massas”. Ele afirmou na ocasião: “Como um acelerador de mercado comprometido em desenvolver soluções para transformar as experiências da vida, combinamos o pensamento de design centrado no ser humano com nossa história de 50 anos em construção e engenharia de uma maneira única. Esses são os fatores por trás do progresso técnico e das inovações de ponta que estamos trazendo para este novo conceito de eVTOL.”

Mark Moore, diretor de Engenharia da Aviação do Uber, parceira da EmbraerX no projeto, avaliou positivamente a aeronave: “A equipe da Embraer se concentrou na experiência do cliente com seu mais recente conceito de veículo, utilizando sistemas redundantes incorporados para alcançar a segurança ideal e também alcançando baixo ruído com um sistema de oito rotores, que lhe permitem a elevação por extensão. Nossa equipe aguarda com expectativa a colaboração contínua com a equipe da Embraer para obter um veículo de passeio aéreo tranquilo, verde e seguro.”

Campello observa que o projeto, ainda em “fase preliminar”, não se destina prioritariamente ao público de alto poder aquisitivo. “Não é uma aeronave VIP, é para as massas. Vamos transportar milhares de pessoas”, afirma. Ele também salienta que o aparelho será de fácil manuseio e manutenção simples.

O Uber anunciou no evento que no ano que vem fará testes com os carros voadores de empresas parceiras – além da EmbraerX, Boeing e Bell Labs – nas cidades de Melbourne (Austrália), Dallas e Los Angeles (EUA). Responsável pelo maior número de viagens pelo Uber no mundo, São Paulo também estava cotada para receber testes, mas perdeu seu posto para Melbourne.