O senador Renan Calheiros fez, assim como o mais novo ministro do STF, André Mendonça, e o tenista Bruno Soares. Mas os bons implantes capilares ainda não são exatamente baratos, e esse é um dos motivos – além de preferência pessoal, é claro – para os muitos casos de calvície em circulação pelo Brasil e pelo mundo. O quadro pode mudar com o recente anúncio da startup dNovo, em artigo na publicação MIT Technology Review, de que seus pesquisadores conseguiram fazer aglomerados densos de cabelo humano crescerem em um camundongo de laboratório. O cabelo cresceu após o camundongo passar por um transplante de células-tronco de cabelo humano

Todos os folículos humanos estão presentes quando a pessoa nasce, mas não são renovados. A fragilidade das células-tronco que criam cabelo está associada a fatores como envelhecimento, câncer, testosterona e falta de sorte genética.

Células reprogramadas

Esse foi o campo de atuação escolhido por Ernesto Lujan, fundador da dNovo e biólogo formado na Universidade Stanford (EUA). Segundo ele, sua empresa pode produzir os componentes dos folículos capilares reprogramando geneticamente células comuns, como células sanguíneas ou de gordura, para criar os folículos. Lujan acrescentou que a dNovo pode transformar qualquer célula em uma célula-tronco capilar, dando às pessoas a capacidade de cultivar cabelos onde suas células-tronco naturais podem ter morrido. Isso seria feito com a alteração dos padrões de genes ativos em qualquer célula comum.

Lujan salientou que, hoje em dia, os cientistas sabem que as células são um “estado” e que podemos “empurrar as células de um estado para outro”. Ele frisou que é preciso fazer mais pesquisas, mas espera que a tecnologia que criou ajude a tratar “a causa subjacente da perda de cabelo”.

A dNovo não está sozinha no promissor mercado de novos cabelos. Segundo a MIT Technology Review, outra empresa, denominada Stemson, conseguiu coletar US$ 22,5 milhões entre investidores e já está experimentando sua tecnologia na pele de camundongos e porcos.