Arqueólogos dominicanos e egípcios encontraram uma múmia de cerca de 2 mil anos com língua de ouro no templo de Taposiris Magna, a 45 quilômetros de Alexandria, no norte do Egito. A descoberta foi anunciada na sexta-feira pelo Ministério do Turismo e Antiguidades egípcio nas redes sociais.

Taposiris Magna significa “Grande Tumba de Osíris”. O templo foi edificado pelo faraó Ptolomeu II Filadelfo (309-246 a.C.).

Segundo a publicação, foram descobertas 16 sepulturas escavadas nas rochas, datadas do período greco-romano. No interior, encontravam-se várias múmias em “mau estado de conservação”, muitas delas decoradas artesanalmente após o enterro. Entre elas havia uma com um artefato de ouro na zona da mandíbula, com o formato de uma língua.

Múmia com chifres

No processo de embalsamamento e mumificação, é provável que os responsáveis por essas tarefas tenham retirado as línguas verdadeiras dos corpos e colocado no lugar essas línguas feitas de folha de ouro  Segundo Kathleen Martinez, líder da expedição, o amuleto em forma de língua teria sido posto no corpo como um ritual para permitir que o espírito conversasse com o deus Osíris. Uma das mais importantes divindades do panteão egípcio, Osíris fazia o julgamento daqueles que deixavam a vida material. Como reforço dessa ideia, havia nas mãos de outras duas múmias fragmentos de pergaminhos que remetiam a Osíris.

Os arqueólogos acharam também uma múmia com uma coroa decorada com chifres, uma cobra na testa e, em volta do pescoço, um colar com um medalhão com o desenho de um falcão (o símbolo de Hórus, deus dos céus e filho de Osíris).

Além disso, foram recuperadas várias estátuas que retratam as pessoas enterradas naqueles locais. Encontrou-se ainda uma máscara funerária de grandes dimensões que representa uma mulher.

“Vale ressaltar que, durante os últimos dez anos, a missão encontrou um importante grupo de descobertas arqueológicas que mudaram nossa percepção de Taposiris Magna, onde uma série de moedas com o nome e a imagem da rainha Cleópatra VII foram encontradas dentro das paredes do templo”, informa o Ministério do Turismo e Antiguidades egípcio em seu comunicado.