Estruturas microscópicas na escama das asas de duas espécies de mariposa – a chinesa Antheraea pernyi e a africana Dactyloceras lucina – são capazes de absorver grande parte das ondas de ultrassom emitidas por seus principais predadores, os morcegos, constataram pesquisadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido (“PNAS”, 8 de dezembro).

Em suas caçadas noturnas, os morcegos emitem silvos e guinchos ultrassônicos. Essas ondas batem no corpo das presas e retornam ao ouvido desses mamíferos alados, permitindo-lhes localizar o jantar.

A equipe liderada pelo biólogo acústico Marc Holderied, de Bristol, observou que as escamas das asas das mariposas vibram e abafam as ondas ultrassônicas. Cada escama tem 1 milímetro de comprimento e 200 micrômetros de espessura. Combinadas, as dezenas de milhares de escamas absorvem mais ultrassom que a soma de suas partes, abafando uma faixa de frequências entre 20 quilo-hertz (kHz) e 160 kHz e criando uma camuflagem sonora que dificulta a localização das mariposas.

A nanoestrutura descoberta pode inspirar o desenvolvimento de novos materiais redutores de ruídos.