Novo estudo descobriu que bebidas adoçadas artificialmente podem ser tão ruins para o coração das pessoas quanto aquelas que são carregadas de açúcar. Em comunicado, o principal autor da pesquisa, Eloi Chazelas, doutorando e membro da equipe de pesquisa e epidemiologia nutricional da Sorbonne Paris Nord University, disse que os dados fornecem argumentos adicionais para o debate sobre impostos, rotulagem e regulamentação de bebidas açucaradas e adoçadas artificialmente.

Um exemplo foi uma comparação feita com mulheres que bebem refrigerantes açucarados, bebidas esportivas e sucos menos de uma vez por mês. Um estudo de 2019 descobriu que mulheres que tomavam mais de duas porções por dia (definidas como um copo, garrafa ou lata padrão) tinham um aumento de 63% de risco de morte prematura. Homens que consumiram mais de duas porções tiveram um aumento de 29% no risco.

Nova pesquisa que foi publicada nesta segunda-feira (26) no Journal of American College of Cardiology analisou dados de mais de 100 mil voluntários franceses adultos. Para o estudo, eles foram divididos em três grupos: não usuários, aqueles que consumiam pouco e grandes consumidores de bebidas diet ou açucaradas. 

As bebidas açucaradas incluíam refrigerantes, sucos de frutas e xaropes com pelo menos 5% de açúcar, assim como os sucos feitos totalmente de frutas. Já as bebidas dietéticas continham apenas adoçantes não nutritivos, como aspartame ou sucralose, e adoçantes naturais, como estévia.

Durante o acompanhamento, que foi feito entre os anos de 2011 a 2019, os hábitos de consumo de açúcar e dieta foram comparados separadamente de qualquer primeiros casos de derrame, ataque isquêmico transitório, infarto do miocárdio, síndrome coronariana aguda e angioplastia.

Em comparação com pessoas que não tomavam as bebidas adoçadas artificialmente, os grandes consumidores tinham 20% mais probabilidade de ter doenças cardiovasculares em determinado momento de suas vidas.