Pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Aquário Marinho do Rio (AquaRio) mostrou que corais da espécie Millepora, conhecida como coral-de-fogo, estão sofrendo uma morte em massa em um dos locais mais importantes para a biodiversidade marinha do Atlântico Sul, a região de Abrolhos.

Segundo reportagem do jornal “Folha de São Paulo“, dados levantados entre 16 de junho e 5 de julho em oito locais dos municípios de Prado e Santa Cruz Cabrália, no sul da Bahia, indicam que 90% dos corais-de-fogo da região morreram, incluindo colônias de mais de 80 anos.

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Segundo os pesquisadores, essa morte em massa coloca em risco até um quarto da biodiversidade dos corais da região. Os cientistas dizem que o problema é causado por uma anomalia climática nas águas, por conta do aquecimento do clima do planeta, que se reflete nos oceanos.

Outros tipos de corais também estão doentes ou em estado avançado de branqueamento, que é quando o coral fica fraco e “moribundo”.

Com o enfraquecimento e morte dos corais, eles deixam de ser berçário e de fornecer alimento para diversas espécies marinhas – 25% da fauna local depende deles. Além disso, os corais formam uma barreira natural. Sem eles, pode haver mais erosão na costa a médio e longo prazo.

Para reverter a situação, pesquisadores sugerem dois caminhos. Um seria criar fazendas de corais, para formar novos deles usando os corais que resistiram à mudança de temperatura. O outro processo seria tratar os corais embranquecidos com probióticos produzidos a partir de microorganismos recolhidos nos próprios corais, o que poderia reduzir a taxa de mortalidade.