O Brasil foi um dos países mais atingidos pela pandemia, com cerca de 540 mil mortos (13% do total de óbitos no mundo) por covid-19 até meados de julho. Essa mortalidade elevada diminuiu a expectativa de vida da população.

A estatística e demógrafa brasileira Marcia Castro, da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e seus colaboradores, entre eles o demógrafo Cassio Turra, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), usaram o total de mortes relatadas no país em 2019 e 2020 para calcular a diferença de esperança de vida ao nascer entre esses dois anos. Segundo a estimativa, quem veio ao mundo em 2020 deve viver, em média, 1,3 ano a menos do que alguém nascido no ano anterior, regredindo aos níveis de 2012. Nos Estados Unidos, o país com mais mortos por covid-19, a redução foi de 1,1 ano.

Aqui, a queda na expectativa de vida atingiu de modo diferente homens e mulheres: foi maior entre eles (1,6 ano) do que entre elas (1 ano). No Amazonas, a diminuição chegou a 3,5 anos (Nature Medicine, 29 de junho).

A previsão é de uma redução ainda maior neste ano.

* Este artigo da Revista Pesquisa Fapesp é reproduzido aqui sob a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND. Leia o artigo original aqui.