Tribos nativas dos Estados Unidos chegaram a um acordo nesta terça-feira (1º/02) com grandes empresas farmacêuticas sobre o impacto da epidemia de opioides em suas comunidades.

A farmacêutica Johnson & Johnson, bem como as três maiores empresas de distribuição de medicamentos dos EUA, concordaram em pagar um total de 590 milhões de dólares – o equivalente a R$ 3,1 bilhões.

As tribos nativas americanas “sofreram algumas das piores consequências da epidemia de opioides”, diz o processo judicial do Comitê de Liderança Tribal.

Um estudo de 2015 citado no acordo mostra que os nativos americanos têm a maior taxa de overdose de opioides per capita entre todos os grupos populacionais nos Estados Unidos.

A decisão segue acordos semelhantes alcançados nos últimos tempos entre empresas farmacêuticas e governos locais em todo o país.

“Este acordo não é uma admissão de qualquer responsabilidade ou irregularidade e a empresa continuará se defendendo contra qualquer litígio que o acordo final não resolva”, disse Johnson & Johnson.

Opioides agem no sistema nervoso central. Exemplos deles são drogas legalizadas e que podem ser prescritas, como a morfina, e ilegais, como a heroína.

Quanto pagará cada empresa

Mais de 400 tribos e organizações intertribais, representando cerca de 80% da população indígena dos EUA, processaram empresas farmacêuticas por causa de opioides. Cada tribo poderá decidir se participará ou não do acordo.

A Johnson & Johnson pagará 150 milhões de dólares em dois anos. As três empresas de distribuição – AmerisourceBergen, Cardinal Health e McKesson – pagarão 440 milhões de dólares em sete anos.

As quatro empresas também estão finalizando a aprovação de um acordo para pagar 26 bilhões de dólares a governos estaduais e locais.

Acredita-se que os opioides, incluindo medicamentos prescritos como OxyContin e substâncias ilegais como heroína e fentanil, sejam responsáveis ​​por mais de meio milhão de mortes nos EUA nas últimas duas décadas.

Em outubro, a gigante farmacêutica Purdue se declarou culpada de promover o marketing agressivo de seu analgésico viciante OxyContin.

Em 2019, a Johnson & Johnson foi condenada nesta a pagar 572 milhões de dólares por danos ao estado de Oklahoma por seu papel na crise dos opioides.

le (AP, AFP)