Mais de 25% da população mundial (mais de 1,5 bilhão de pessoas) enfrenta o fardo das infecções por helmintos transmitidos pelo solo (STH), uma espécie de parasita intestinal cujos ovos se desenvolvem no solo antes de encontrar um novo hospedeiro. 

A principal causa dessa alta taxa de infecção é a falta de acesso a instalações sanitárias adequadas (banheiros) e a consequente contaminação do meio ambiente com fezes humanas. Embora o acesso universal a saneamento adequado seja uma das metas de desenvolvimento sustentável, a carga de parasitas ainda está causando danos. Felizmente, os medicamentos vermífugos são altamente eficazes e seguros. Pesquisadores da Syracuse University, da Organização Mundial da Saúde e da SUNY Upstate mediram o impacto da desparasitação durante a gravidez no risco subsequente de mortalidade neonatal e baixo peso ao nascer.

Quando as mulheres recebem vermífugo durante a gravidez, são encontrados dois benefícios específicos para o bebê: primeiro, o risco de mortalidade neonatal (morte do bebê nas primeiras 4 semanas de vida) diminui cerca de 14%; em segundo lugar, as chances de baixo peso ao nascer são estimadas em 11% mais baixas em países com menor transmissão de helmintos transmitidos pelo solo. Esses resultados variam um pouco por taxa de transmissão em diferentes países.

O estudo, conduzido em 95 conjuntos de dados da Pesquisa Demográfica de Saúde e coletado em mais de 800.000 nascimentos, utilizou histórias de nascimento para medir o impacto dos vermífugos de rotina durante o cuidado pré-natal na mortalidade neonatal subsequente e baixo peso ao nascer para nascimentos entre 1998 e 2018 em 56 pessoas de baixa renda países.

A desparasitação não é a única resposta, entretanto. Uma solução permanente só pode ser obtida por uma melhoria substancial no acesso ao saneamento – um processo que normalmente é lento e caro.