Pelo quinto ano consecutivo, a Finlândia foi eleita o país mais feliz do mundo pelo Relatório Mundial da Felicidade de 2022, divulgado nesta sexta-feira (18/03). Dinamarca, Islândia, Suíça e Holanda completam a lista das cinco nações onde moram as pessoas mais satisfeitas.

Costa Rica (23º lugar), Uruguai (30º), Panamá (37º) e Brasil (38º) – que caiu três posições em relação ao ranking divulgado em 2021, quando estava em 35º – são as nações latino-americanas mais bem avaliadas de um total de 146 países. Venezuela (108º) é o menos feliz da América Latina, ficando até mesmo atrás do Iraque (107º).

Sérvia (43º), Bulgária (85º) e Romênia (28º) registraram os maiores aumentos em felicidade. Já as maiores quedas foram vistas no Líbano (145º), Venezuela (108º) e Afeganistão (146º), segundo o estudo que é patrocinado pela ONU e realizado há dez anos.

O Líbano (145º), que está enfrentando um colapso econômico, caiu para o penúltimo lugar no índice de 146 nações, enquanto o Zimbábue (144º) ficou em último lugar.

Europeus dominam as dez primeiras colocações

Traumatizado pela guerra, o Afeganistão (146º) viu sua crise humanitária se aprofundar desde que o Talibã assumiu novamente o poder em agosto do ano passado. O Unicef estima que um milhão de crianças com menos de cinco anos possam morrer de fome se não receberem ajuda.

“Essa classificação é um lembrete dos fortes danos materiais e imateriais que a guerra causa às suas muitas vítimas”, disse o coautor do estudo, Jan-Emmanuel de Neve.

O ranking atribui uma pontuação de felicidade em uma escala de zero a dez, com base em uma média de dados ao longo de um período de três anos. Esta última edição foi concluída antes da invasão de tropas russas na Ucrânia.

Mais uma vez, os europeus dominaram os primeiros lugares – com a Dinamarca em segundo lugar, seguida por Islândia, Suíça, Holanda, Luxemburgo, Suécia e Noruega. Israel (9º) e Nova Zelândia (10º) completam a lista dos dez melhores colocados. Já a Alemanha aparece na 14ª colocação.

Os Estados Unidos subiram três posições (para 16º), uma à frente do Reino Unido. A França subiu para 20º, sua classificação mais alta até agora.

No final da lista estão países como Namíbia (124º), Sri Lanka (127º), Egito (129º), Etiópia (131º), Índia (136º), Tanzânia (139º) e Botsuana (142º).

“Honestidade dos governos é crucial para o bem-estar”

Para chegar à pontuação, os residentes dos países são questionados sobre seu próprio nível de felicidade e as respostas são cruzadas com fatores como Produto Interno Bruto (PIB), expectativa de vida, suporte social, liberdade para fazer escolhas, generosidade e percepção da corrupção.

Este ano, os autores também usaram dados das mídias sociais para comparar as emoções das pessoas antes e depois da pandemia de coronavírus. Foram encontrados “fortes aumentos de ansiedade e tristeza” em 18 países, mas uma queda nos sentimentos de raiva.

“A lição a ser tirada do Relatório Mundial da Felicidade ao longo destes dez anos é que o apoio social, a generosidade mútua e a honestidade dos governos são cruciais para o bem-estar”, escreveu Jeffrey Sachs, um dos coautores do relatório. “Os líderes mundiais têm que levar isso em conta.”

O relatório causou polêmica quando colocou a Finlândia no topo do ranking em 2018. Muitos dos 5,5 milhões de habitantes do país nórdico se descrevem como taciturnos e propensos à melancolia, e admitem olhar com desconfiança para demonstrações públicas de alegria.

Mas o país de vastas florestas e lagos também é conhecido por seus serviços públicos que funcionam bem, saunas onipresentes, ampla confiança nas autoridades e baixos níveis de criminalidade e desigualdade social.

fc/rw (afp, ots)