Um cálculo pode permitir avaliar o risco de haver uma criança infectada com o vírus SARS-CoV-2, porém assintomática, em cada turma escolar de uma cidade – e assim contribuir para planejar o retorno do ensino presencial. A proposta é de uma equipe da Universidade da Califórnia em San Francisco, nos Estados Unidos, que analisou testes de covid-19 feitos em mais de 33 mil crianças admitidas por outros motivos em 28 hospitais país afora, de acordo com publicação na “Jama Pediatrics”.

A partir dos resultados, os pesquisadores concluíram que há uma relação linear entre a prevalência local da doença na população em geral e a proporção de crianças portadoras do vírus que não apresentam sintomas. “Uma região onde a taxa de covid-19 fosse o dobro de outra região teria também o dobro de infecções pediátricas assintomáticas”, disse o médico Dylan Chan, autor principal do artigo, em comunicado de imprensa. Assim, estabeleceram uma fórmula para prever essa prevalência infantil oculta a partir de dados públicos e, com isso, calcularam e compararam o risco de reabrir escolas em diferentes municípios.

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A expectativa é que a fórmula valha para todas as regiões dos Estados Unidos. É um cuidado importante porque a carga viral das crianças assintomáticas pode ser mais alta do que em adultos hospitalizados pela doença, tornando-as potenciais transmissoras, de acordo com estudo de grupo da Faculdade de Medicina de Harvard, nos Estados Unidos, publicado na revista “The Journal of Pediatrics”.