Dois crânios fossilizados de Homo sapiens, encontrados na Caverna Apidima, na Grécia, são as evidências mais antigas da nossa espécie já vistos fora da África.

Os crânios foram descobertos na década de 1970, mas somente agora um estudo sobre eles foi publicado. A pesquisa, liderava pela Universidade Tübingen, na Alemanha, saiu na conceituada revista científica Nature.

Os fósseis foram reconstruídos virtualmente e suas descrições e análises foram detalhadas no estudo. Cada um foi datado em 210 mil e 170 mil anos de idade. O crânio de 170 mil têm características morfológicas semelhantes às de um Neandertal. Já o de 210 mil anos apresenta uma mistura de características humanas e primitivas, sugerindo que ambos os grupos coexistiram neste local.

Se essas informações se confirmarem, isso significa que pelo menos alguns humanos modernos saíram da África muito antes do que havia sido previsto anteriormente. Estudos anteriores apontam que o êxodo em massa de Homo sapiens da África aconteceu há 70 mil anos.

Porém, a pesquisa não é definitiva e muito menos um consenso. Especialistas em paleontologia contatados pelo jornal britânico “The Guardian” têm dúvidas de que o crânio realmente pertenceu a um ser humano moderno, pelo fóssil ser parcial, e não um crânio inteiro. Alguns pesquisadores também colocaram dúvidas sobre o processo de datação dos fósseis.

Ou seja, outras pesquisas são necessárias para confirmar a descoberta da universidade alemã.