Se olharmos com atenção para o centro difuso e tênue da imagem acima, conseguiremos distinguir uma galáxia “fantasmagórica” – embora seu nome, UDG4, não seja muito assustador. Ela foi capturada com o auxílio do VLT Survey Telescope (VST) do Observatório Europeu do Sul (ESO).

UDG (sigla em inglês) significa galáxia ultradifusa: objetos tão grandes quanto a Via Láctea, mas com cerca de 100 a 1.000 vezes menos estrelas. Essas galáxias apresentam-se assim extremamente tênues, com pouco do gás que forma estrelas. Isso as faz parecer quase como uma nuvem cósmica “fofinha” ou uma mancha no espaço. Suas origens permanecem incertas, mas os astrônomos pensam que pode tratar-se de galáxias “falhadas”, que perderam seus reservatórios de gás no início das suas vidas.

Essa imagem da UDG4 foi obtida no âmbito de um programa muito maior, o rastreio VEGAS (VST Early-type Galaxy Survey), que pretende investigar estruturas muito tênues em aglomerados de galáxias – enormes grupos de muitas galáxias ligadas entre si pela gravidade. O estudo, liderado por Enrichetta Iodice, do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália (Inaf), encontrou várias UDGs no Aglomerado da Hidra. No entanto, serão necessárias mais observações para desvendarmos sua verdadeira natureza.

Dada a sua aparência frágil, as UDGs podem ser difíceis de encontrar. No entanto, o VST, equipado com sua câmara OmegaCAM, é extremamente sensível à luz, permitindo aos astrônomos estudar esses objetos tão elusivos.