Ao contrário do que se pensava anteriormente, os cães pequenos não foram criados a partir da domesticação, iniciada há 20 mil anos. Segundo um estudo publicado na revista Current Biology, a mutação genética que torna os cães pequenos já existia em lobos antigos.

Os pesquisadores do National Institutes of Health (NIH) identificaram uma mutação genética em um gene regulador do hormônio do crescimento que corresponde ao tamanho pequeno do corpo dos cães que estava presente em lobos há mais de 50 mil anos, muito antes da domesticação.

A equipe, liderada pela geneticista Elaine Ostrander, do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, nos Estados Unidos, analisou o genoma de 230 raças de cães domésticos (Canis lupus familiaris) e de lobos, além de coiotes, chacais, cães de caça africanos e outros membros da família de animais referidos como canídeos

Quando os pesquisadores analisaram o DNA de um lobo siberiano de 54 mil anos de idade (Canis lupus campestris), eles descobriram que ele também possuía a mutação do hormônio do crescimento. “É como se a natureza o tivesse guardado no bolso por dezenas de milhares de anos até que fosse necessário”, explicou Ostrander.

“Isso está ligando muito a domesticação canina e o tamanho do corpo, e as coisas que achamos muito modernas são na verdade muito antigas”, acrescentou a pesquisadora. “Uma das coisas que é muito legal sobre os cães é que, por terem evoluído tão recentemente, não há muitos genes de tamanho corporal.”

Os canídeos têm apenas 25 genes conhecidos que regulam o tamanho do corpo, em comparação com várias centenas em humanos. Ostrander e sua equipe planejam continuar investigando os genes que regulam o tamanho do corpo em cães. “Eu realmente quero entender todo o continuum – de Chihuahuas a Dogues Alemães”, disse ela.