“Pensem nas crianças mudas, telepáticas. Pensem nas meninas cegas, inexatas. Pensem nas mulheres rotas, alteradas. Pensem nas feridas como rosas cálidas…”

Os versos são do poeta brasileiro Vinícius de Moraes, que também foi diplomata. Anos depois, Gerson Conrad musicou-os. Você certamente já ouviu essas palavras cantadas pela banda Secos e Molhados.

A música faz referência a um dos episódios mais incríveis da humanidade, a bomba atômica que destruiu Hiroshima, cidade que era base militar japonesa, no dia 6 de agosto de 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.

Três dias depois, mais um ataque nuclear destruiria outro alvo, a cidade de Nagasaki. Mas o Japão só se renderia e daria fim à guerra no dia 2 de setembro de 1945.

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Hoje, 75 anos depois do bombardeio, Hiroshima está reconstruída. Tornou-se uma das cidades mais modernas e desenvolvidas do Japão.

O Memorial da Paz de Hiroshima foi construído para não deixar que o mundo se esqueça do que uma bomba atômica é capaz.

Relembrando o ataque

A Segunda Guerra Mundial começou quando a Alemanha invadiu a Polônia em 1939 e terminou com a rendição do Japão em 1945. De um lado, os Aliados (grupo liderado por Estados Unidos, Inglaterra, França e União Soviética), e do outro lado, o Eixo (formado principalmente por Alemanha, Itália e Japão). (Para entender como começou a Segunda Guerra Mundial, ouça o programa da Rádio Nacional Na Trilha da História.)

Os EUA atacaram o Japão no dia 6 de agosto de 1945, às 8h15. O primeiro avião norte-americano tinha a missão de checar as condições climáticas de Hiroshima. O segundo avião (modelo B-29), pilotado por Paul Tibbets, tinha a missão de jogar a bomba. A aeronave foi batizada pelo piloto como Enola Gay, nome de sua mãe. A bomba recebeu o apelido de Little Boy (pequena criança). O terceiro avião fotografou a explosão da bomba.

A bomba explodiu a 600 metros do chão. Causou danos num raio de 5 quilômetros. Apenas o Domo de Hiroshima ficou de pé, onde hoje é o Memorial da Paz de Hiroshima. Cerca de 70 mil pessoas morreram imediatamente depois do ataque por queimadura e envenenamento após a explosão.