Foi lançada no dia 9 de dezembro a edição em português da Coleção História Geral da África da Unesco. A obra, de oito volumes e quase dez mil páginas, foi elaborada ao longo de 30 anos por 350 pesquisadores, a maior parte deles de origem africana, e já havia sido editada em sua totalidade em inglês, francês e árabe. A cerimônia de lançamento, realizada em Brasília, contou com a presença dos ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Cultura, Juca Ferreira.

De acordo com o representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, ao se disseminar no País o conhecimento sobre a África, é possível promover uma importante mudança das relações étnico-raciais. “Existe uma preconcepção de que a história da África começa a partir da colonização e do tráfico negreiro. Mas as contribuições do continente para a humanidade são muito maiores e muito mais antigas do que o imaginado pelo senso comum. E isso precisa ser conhecido”, afirma.

O objetivo da tradução da obra é fazer com que professores e estudantes lancem um novo olhar sobre o continente africano e entendam sua contribuição para a formação da sociedade brasileira. Para Fernando Haddad, ministro da Educação, a coleção vem preencher uma lacuna na educação brasileira. “De fato, a história africana ainda não está inserida no currículo escolar, como estão as histórias da Europa e da América, não há dúvida de que há um vácuo. Temos de ter consciência de como nosso povo se formou. A importância da África é crucial para nosso presente e para o futuro da nação brasileira”, afirma.

O conteúdo será base para a construção de materiais pedagógicos destinados ao uso de professores e estudantes. A iniciativa é um importante passo dentro de uma política pública de valorização da diversidade e de implementação da lei que estabelece a educação das relações étnico-raciais e o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana na educação básica.

O material também será disponibilizado por representantes dos países africanos de língua portuguesa. “Vivemos um momento histórico no Brasil, que, nos últimos anos, vem se aproximando cada vez mais dos países da África, e o lançamento da coleção em português é mais uma prova disso. Não seríamos o que somos sem o continente”, avalia o ministro da Cultura, Juca Ferreira.

O Ministério da Educação irá distribuir a coleção para bibliotecas públicas municipais, estaduais e distritais; bibliotecas das instituições de ensino superior, dos polos da Universidade Aberta do Brasil, dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros, dos Conselhos Estaduais ou Distrital de Educação. Os oito volumes estão disponíveis para download gratuito nos sites da Unesco (www.unesco.org/brasilia/publicacoes) e do Ministério da Educação (www.mec.gov.br/publicacoes)

 

● Reservas da biosfera

O Plano de Ação de Madri para as Reservas da Biosfera (2008-2013), em forma de livro ou de arquivo digital, apresenta as reservas da biosfera como referência para o desenvolvimento de modelos de sustentabilidade. O plano foi acordado no Terceiro Congresso Mundial de Reservas de Biosfera, em Madri, na Espanha, em fevereiro de 2008.

O download do documento é gratuito: português (PDF, 3 Mb): http://migre.me/2UlVc

 

 

Aids: índices de contaminação melhoram

No Dia Mundial de Luta contra a Aids, 1º de dezembro, correu uma notícia boa: relatório das Nações Unidas informa que o número de novos casos de infecção por HIV caiu mais de 25% entre os jovens em 15 dos países mais afetados pela epidemia. Os mais notáveis índices de queda ocorreram na faixa de jovens entre 15 e 24 anos. A melhoria dos índices é atribuída à educação, que leva à prática de comportamentos sexuais mais seguros, entre os quais podem ser citados a preocupação em se evitar iniciações sexuais precoces, a reduçao do número de parceiros e o incremento do uso de preservativos.

“A educação é fator fundamental nesse desenvolvimento”, afirma Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, na sua mensagem para o Dia da Aids. Nos países mais afetados, os índices de infecção caíram pela metade entre os jovens que completam o curso primário. Ao mesmo tempo, as aulas e as ações de prevenção aumentaram o nível geral de conhecimento sobre a doença, tornando os jovens mais tranquilos e confiantes com relação à sua própria vida sexual.

Informações: Unaids Report on the Global Aids Epidemic – http://www.unaids.org/globalreport/ (em inglês)

 

● Educação: Brasil melhora, mas ainda ocupa a 53ª posição

O relatório Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2009 da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), recémpublicado, aponta que, apesar das melhorias apresentadas pelo Brasil, o país continuou abaixo da média da OCDE.

Já alunos residentes na cidade chinesa de Xangai e os de vários países asiáticos estão entre os melhores do mundo em termos de compreensão escrita, matemática e ciências, destronando os da Europa, segundo o relatório Pisa.

O informe também aponta que a Espanha e a Argentina se encontram entre os países que mais retrocederam em termos de educação na última década, enquanto o Brasil figura entre os que mais progrediram.

Mas a OCDE destaca que as nações latinas se encontram, apesar do progresso de muitas delas, na parte de baixo da tabela, integrada por 65 países.

O país mais bem-posicionado nessa região é o Chile (44º), seguido por Uruguai (47º), México (48º), Colômbia (52º), Brasil (53º), Argentina (58º) e Peru (63º).

A Argentina, que durante o século 20 foi um país de ponta em termos de educação no continente, teve um forte retrocesso entre 2000 e 2009, caindo de 418 para 398 pontos (-20 pontos).

O nível da Argentina se viu superado nesse período pelo do Brasil, que passou de 396 para 412 pontos (+16 pontos), assim como pelo do Chile, que subiu de 410 para 449 pontos (+40 pontos).

O Brasil foi um dos poucos países que aumentaram suas competências nas três matérias estudadas (compreensão de leitura, matemática e ciências).

Em matemática, a melhoria do Brasil foi de 30 pontos.

● 2011 – Ano Internacional da Química

A Unesco escolheu 2011 como Ano Internacional da Química. O tema dá sequência a uma prática que já se torna tradição entre as ações da organização – 2009 foi celebrado como Ano Internacional da Astronomia e 2010, como Ano Internacional da Biodiversidade.

Os principais objetivos da iniciativa são: promover o interesse e a compreensão do público em geral pela química, suas descobertas e importância mundial; encorajar o interesse dos estudantes e jovens pela química; gerar entusiasmo para o futuro criativo da química; celebrar o papel da mulher na pesquisa teórica e prática da química, incluindo-se nessa categoria as comemorações do centenário do Prêmio Nobel outorgado a Marie Curie. No decorrer de 2011, o mundo irá celebrar a arte e a ciência da química, e suas contribuições essenciais para o conhecimento, a proteção ambiental, a melhoria da saúde e do desenvolvimento econômico.

Informações no site www.chemistry2011.org