No centro desta imagem aparecem seis pontos luminosos aglomerados, quatro deles formando um círculo ao redor de um par central. As aparências enganam, entretanto. Na verdade, essa formação não é composta por seis galáxias individuais, mas apenas três: para ser preciso, um par de galáxias e um quasar distante. Os dados do Hubble, telescópio espacial da Nasa/ESA, também indicam que há um sétimo ponto de luz bem no centro, que é uma rara quinta imagem do quasar distante. Esse raro fenômeno é causado pela presença de duas galáxias em primeiro plano que atuam como lentes.

Essas galáxias foram fotografadas com detalhes espetaculares pela Wide Field Camera 3 do Hubble (WFC3), instalada no Hubble em 2009 durante a missão de manutenção 4 do telescópio, a última realizada. A WFC3 deveria operar até 2014. No entanto, 12 anos depois de instalada, ela continua a fornecer dados de alta qualidade e imagens fantásticas como esta.

Visão quíntupla

O par central de galáxias nesta imagem são genuinamente duas galáxias separadas. Os quatro pontos brilhantes que os circundam, e o mais fraco no centro, são na verdade cinco imagens separadas de um único quasar (conhecido como 2M1310-1714), um objeto extremamente luminoso, mas distante.

A razão por trás desse efeito de “visão quíntupla” é um fenômeno conhecido como lentes gravitacionais. A lente gravitacional ocorre quando um objeto celeste com uma enorme quantidade de massa – como um par de galáxias – faz com que o tecido do espaço se deforme de tal forma que a luz que viaja através desse espaço de um objeto distante é dobrada e ampliada o suficiente de forma que os humanos aqui na Terra podem observar várias imagens aumentadas da fonte distante. O quasar nesta imagem, na verdade, está mais longe da Terra do que o par de galáxias.

A luz do quasar foi curvada ao redor do par de galáxias por causa de sua enorme massa. Isso dá a incrível aparência de que o par de galáxias está rodeado por quatro quasares. Na verdade, trata-se de um único quasar que está muito além das duas galáxias.