A divulgação do Prêmio Nobel deste ano está se aproximando, e sua versão paródica – o Ig Nobel – já foi conhecida. A 31ª versão do prêmio que homenageia trabalhos que “primeiro fazem as pessoas rir e depois fazem elas pensar”, na definição de seus criadores, foi anunciada ontem, em cerimônia pré-gravada de 90 minutos – a segunda vez que isso acontece, por causa da pandemia de covid-19.

Os estudos vencedores honraram a tradição. Em um deles, que conquistou o Prêmio de Transportes, uma equipe de pesquisadores americanos, sul-africanos e namíbios analisou se é mais seguro transportar um rinoceronte sedado no ar de cabeça para baixo (a resposta é sim). Outro, de cientistas militares americanos, avaliou como controlar melhor as baratas instaladas em submarinos da Marinha dos Estados Unidos (Prêmio de Entomologia). Um terceiro, da Universidade de Utah (EUA), arrebatou o Ig Nobel da Paz ao propor que a barba pode ser um desenvolvimento evolutivo que veio a proteger os ossos faciais masculinos.

Cientistas espanhóis investigaram os chicletes grudados na calçada por três meses e as bactérias que eles carregam (Prêmio de Ecologia). Pavlo Blavatskyy, da Escola de Negócios de Montpellier (França), levou o Ig Nobel de Economia ao estudar a potencial relação entre obesidade nos políticos e o grau de corrupção nos países pós-soviéticos onde eles atuam. E o Prêmio de Medicina foi para pesquisadores europeus que analisaram a eficácia dos orgasmos na melhoria da respiração nasal (o efeito é equivalente ao obtido com um descongestionante nasal).

Marc Abrahams, editor da revista Annals of Improbable Research, principal patrocinador do evento, espera que a cerimônia de 2022 volte a ser presencial, no habitual Sanders Theatre da Universidade Harvard. Para isso, porém, será necessário que, na época, a pandemia esteja sob controle e os tipos de restrições de viagem vigentes permitam o comparecimento dos premiados.