Pesquisadores do Instituto Paleontológico Borissiak da Academia Russa de Ciências (Moscou) descobriram quatro novas espécies de insetos extintos com partes bucais sugadoras em âmbar birmanês datado de meados do período Cretáceo, por volta de 110 milhões de anos atrás.


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Os cientistas acreditam que esses insetos acabaram extintos devido à ineficiência da sua tromba. Segundo a pesquisa, o grupo ao qual essas criaturas pertenciam, Paradoxosisyrinae, é uma espécie de “experimento fracassado da natureza”. Os resultados do estudo foram publicados na revista “Cretaceous Research”.

Nos últimos anos, encontraram-se no âmbar birmanês restos de dinossauros, aves com dentes e vertebrados incomuns. Em geral, os insetos encontrados também são bizarros. É o caso do Paradoxosisyrinae, subfamília de Sisyridae, descrita a partir do âmbar birmanês com base em um único espécime em 2016. Nem os atuais Sisyridae, nem seus parentes contemporâneos da ordem de insetos Neuroptera, como o bicho-lixeiro e a formiga-leão, tem peças bucais de sucção. Por outro lado, os membros do Paradoxosisyrinae foram equipados com uma tromba bem desenvolvida – um paradoxo, como o próprio nome sugere.

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Até agora, não se conhecia ao certo as funções da tromba do Paradoxosisyrinae. A nova pesquisa mostra que, com toda a probabilidade, esses insetos não eram predadores ou sugadores de sangue. Em vez disso, eram inofensivos consumidores de néctar. Os cientistas disseram que um Paradoxosisyrinae simplesmente não conseguia perfurar nenhum substrato denso. O motivo era o arranjo frouxamente acoplado das peças bucais, desprovido de uma bainha de suporte e da presença de pelos longos nas pontas das peças bucais.

Tromba curta

Apoiados em exame microscópico e modelos virtuais em 3D, os cientistas concluíram que a tromba do Paradoxosisyrinae não tem um canal alimentar comum. Em vez disso, ela consiste de dois canudos ou tubos independentes, cada qual formado por duas metades unidas frouxamente.


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Como não conseguia selar sua tromba para produzir um gradiente de pressão, como as moscas e mariposas modernas, o Paradoxosisyrinae tinha de confiar exclusivamente nas forças dos pelos para captar néctar. Isso significa que a tromba do inseto, com menos de 1 mm de comprimento, estava destinada a ser curta para sempre. Por esse motivo, sua capacidade de extrair néctar das flores com tubos de corola profundos ficava prejudicada.

“Essas criaturas foram uma tentativa malsucedida da natureza de produzir insetos consumidores de néctar em resposta ao surgimento de plantas com flores no período inicial do Cretáceo”, disse Alexander Khramov, principal autor do estudo e pesquisador sênior do Instituto Paleontológico de Borissiak. “Logo eles foram superados por abelhas, moscas e outros consumidores de néctar com peças bucais mais bem projetadas.”

Uma das quatro espécies descobertas recebeu o nome de Buratina truncata, em homenagem a Buratino, o análogo russo de Pinóquio.


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