Conversas sobre salvação do pacto assinado em 2015 estão paralisadas desde a eleição do novo presidente iraniano, o ultraconservador Ebrahim Raisi, gerando preocupação internacional.O Irã anunciou nesta quarta-feira (27/10) que vai retomar até o final de novembro as negociações com as potências mundiais sobre seu programa nuclear.

“Tive um diálogo muito sério e construtivo com Enrique Mora sobre os elementos essenciais para o sucesso das negociações. Concordamos em iniciar as negociações antes do final de novembro”, escreveu o negociador-chefe do Irã, Ali Bagheri Kani, no Twitter, após encontro em Bruxelas com o representante da União Europeia que coordena as negociações sobre o pacto nuclear. “A data exata será anunciada na próxima semana”, acrescentou.

Em resposta, os EUA instaram o Irã a mostrar “boa fé” e retomar rapidamente o acordo.

“Esta janela não permanecerá aberta para sempre enquanto o Irã continua a tomar medidas nucleares provocativas, então esperamos que eles venham a Viena para negociar rapidamente e de boa fé”, disse um porta-voz do Departamento de Estado americano.

Situação das negociações

As negociações para retomar o acordo nuclear de 2015 estagnaram desde que o novo governo iraniano assumiu o poder, em agosto. O novo presidente iraniano, o ultraconservador Ebrahim Raisi, deve adotar uma abordagem mais conservadora do que seu antecessor.

Em abril, seis potências mundiais iniciaram discussões com Teerã sobre o retorno ao acordo nuclear de 2015, que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abandonou em 2018, reimpondo sanções sobre Teerã.

Apesar de seis rodadas de negociações em Viena, ainda existe um grande abismo entre Teerã e Washington sobre quais medidas precisam ser tomadas e quando, com pontos críticos sobre quais limites nucleares Teerã aceitará e quais sanções os EUA suspenderão.

Desde a eleição iraniana, em junho, as potências ocidentais pedem ao Irã que volte às negociações, dizendo que o programa nuclear de Teerã está progredindo muito além dos limites do acordo.

md (Reuters, AFP)