Embora cada caso guarde suas características particulares, o processo de liberação da culpa tem algumas linhas mestras comuns. Conheça-as a seguir.

1) Ajuda bastante buscar apoio em um interlocutor confiável, em especial um terapeuta. O simples ato de verbalizar em voz audível os seus sentimentos já pode ser um passo importante no caminho do autoperdão.

Além disso, ao compartilhar com outra pessoa o seu “erro” (as aspas se explicam porque há casos que, vistos com isenção, não constituem necessariamente falhas), você notará que o seu ato – ou sentimento, ou pensamento – não era tão feio quanto parecia a princípio. Mas vale a pena repetir: é fundamental que a pessoa que esteja trocando ideias com você nessas ocasiões seja confiável.

 

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2) É possível que perdoar-se exija alguns passos preliminares. Quem está com depressão, por exemplo, pode ter de trabalhar esse problema inicialmente. O mesmo ocorre com aqueles cuja autoestima anda pequena. Outras características que atrapalham a resolução do problema são o perfeccionismo e a tendência de estar no controle.

3) Pode acontecer de a pessoa se sentir culpada e desconhecer o motivo que a leva a isso. Nesses casos, o mais indicado é isolar-se e proceder a um exame cuidadoso de seus sentimentos.

Quando a causa é detectada, chega o momento de perguntar-se: “Por que não posso me perdoar? Do que preciso para me perdoar? Sentir culpa tem um outro propósito em termos do meu crescimento interior?”

 

Dificuldade como aprendizado

4) “Erro é aprendizado”, diz uma máxima japonesa aplicada à administração de empresas. Mas essa ideia não se limita aos negócios: ela se dissemina por todos os aspectos da vida.

É claro que fazer certo poupa tempo e desgasta menos o corpo e a mente, mas quem é que nasce sabendo tudo? Ao detectar a origem de sua culpa, pergunte-se o que você pode aprender com ela. Será que a dificuldade em perdoar-se advém de uma expectativa exagerada sua em termos de perfeccionismo? Imagine que outra pessoa cometeu o mesmo erro e pergunte-se: o que você diria a ela?

5) O processo de libertação da culpa tem duração variável. Quem já possui tendência a esse comportamento precisa aplicar rotineiramente o instrumental à sua disposição para aceitar seus erros e aprender com eles.

Nesses casos, ajuda imaginar como seria sua vida se você nunca se lamentasse pelos seus erros. Outras sugestões importantes são o exercício rotineiro do perdão, da tolerância e da renúncia.