A menção às ilhas ameaçadas pela mudança do clima evoca os atóis do Pacífico e do Índico: as Maldivas, Taiti e Vanuatu – a maioria com populações menores do que poucas centenas de milhares de habitantes. A UNDP (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) fez uma matéria sobre ilhas maiores, mas igualmente ameaçadas: Jamaica e Maurício, com mais de um milhão de habitantes, e Cabo Verde, com mais de 500 mil, entre outras.

Esta última vem sofrendo secas intensas interrompidas por tempestades que provocam fortes inundações. Uma terra pobre faz a população depender de produtos importados pagos com as receitas do turismo. A pandemia fez o PIB desabar 24% no ano passado. A UNDP está ajudando a instalar painéis solares e torres eólicas.

Como a irmã mais ao norte, Maurício, no Índico, está perdendo área para o mar. A erosão já levou 13 km de litoral, algo como 17% do perímetro da ilha. Lá, a UNDP está ajudando a levantar um muro de proteção ao longo da costa.

Os fazendeiros da Jamaica estão sofrendo com a mudança do regime de chuvas, provocando longos períodos de secas e perdas de lavouras. No entanto, o país se comprometeu a proteger as florestas que ocupam metade da ilha para ajudar a reter mais água, além de expandir práticas agrícolas mais sustentáveis.

No Pacífico Norte, a costa do Alasca é pontilhada de pequenas ilhas. Muitas comunidades nessas ilhas estão sendo forçadas a abandoná-las e a mudar para terras mais secas e firmes. Uma matéria do The Guardian conta que além de o mar ter subido, em Newtok as temperaturas árticas mais altas derreteram o permafrost, tornando a ilha um pântano gelado. Postes de eletricidade ficaram caídos, as tábuas dos calçadões entortaram ou quebraram. E o mar já ocupou 30 metros da costa.