Pearson justifica a decisão por causa dos preços atingidos pelos livros impressos e pela consequente queda nas vendas

 

A competição publicações impressas x digitais deu esta semana mais um importante passo rumo à segunda opção com o anúncio da Pearson, maior editora de livros didáticos do mundo, de passar a produzir todos os seus 1.500 títulos em catálogo nos Estados Unidos em edições eletrônicas, informou o site NBC News. Segundo a editora, os livros impressos ainda estarão disponíveis, mas apenas para aluguel.

A Pearson alegou que a mudança permite que os livros sejam atualizados continuamente sem que seja necessário reimprimi-los, uma operação reconhecidamente onerosa. A estratégia também possibilita aos alunos baixar obras por vezes bem extensas em computadores, tablets e smartphones.

A decisão da editora está em sintonia com números do mercado americano de livros para o ensino superior. Segundo o American Enterprise Institute, o preço dessas obras aumentou 90% de 1998 a 2016. Os livros impressos foram os que mais subiram, e com isso um número crescente de alunos de faculdades tem optado pelos e-books.

 

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No caso da Pearson, o custo médio de uma edição impressa de um livro de faculdade é atualmente de US$ 110; já uma edição digital sai em média por US$ 40. Segundo a editora, hoje 62% de sua receita vem das vendas de livros eletrônicos – uma tendência que deverá aumentar bastante daqui para a frente.

Mas fazer a mudança simplesmente pelo aspecto econômico pode não ser tão vantajoso. Segundo a NBC News, Patricia Alexander, psicóloga educacional e professora da Universidade de Maryland, participou de sete estudos nos quais se comparou o rendimento de alunos que usavam livros impressos com os que tinham e-books. Ela relatou que em todos esses estudos os estudantes do primeiro grupo retinham mais informação e compreendiam melhor os assuntos ensinados.