Até 2050, quase 60% do petróleo e gás natural e 90% do carvão ainda inexplorados precisariam permanecer enterrados se a humanidade quiser ter 50% de chance de manter o aquecimento global em 1,5°C. Isso significa que a produção global desses fósseis precisa diminuir 3% ao ano nos próximos 30 anos.

Em um trabalho que acaba de sair na Nature, pesquisadores rodaram um modelo energético global junto com as estimativas de orçamento de emissões para os tradicionais limites de 1,5°C e 2°C. A análise foi feita regionalmente e indica que o Canadá, por exemplo, terá que deixar mais de 80% de suas reservas de combustível fóssil enterradas. Grandes produtores como a Rússia e os países árabes teriam como meta as médias globais. As contas feitas não incluíram a potencial remoção de CO2 da atmosfera, algo preconizado como crucial pelo IPCC. The Guardian comentou o trabalho.

Armazenamento de CO2

Em tempo: A suíça Climeworks, que desenvolveu uma tecnologia para separar CO2 do resto dos gases que compõem a atmosfera, se associou com a islandesa Carbfix para enterrar o gás e contribuir para que ele se transforme em mineral. Hoje, a dupla inaugura sua 1ª planta na Islândia com capacidade de remover e armazenar anualmente 4 mil toneladas de CO2. O efeito é de demonstração, posto que as emissões globais são milhões de vezes maiores. A dupla espera, um dia, atingir uma economia de escala onde o efeito comece a aparecer na foto. Existem 15 plantas parecidas ao redor do mundo, sugando 9 mil toneladas de CO2 por ano. Um pouco mais ambiciosa, a petroleira Occidental está construindo uma planta no Texas que pretende remover 1 milhão de toneladas de CO2 por ano. A notícia saiu no Financial Times, Bloomberg e Reuters.