A partir deste sábado (15/01) entram em vigor novas regras de comprovação de vacinação contra covid-19 na França. Agora, quem foi vacinado há sete meses ou mais precisa de um reforço para continuar sendo considerado imunizado.

A nova norma pode fazer com que cerca de 560.000 pessoas percam o status de vacinadas no país, segundo o Ministério da Saúde francês.

Atualmente, na França, o passaporte sanitário é necessário para entrar em bares ou teatros, por exemplo. Isso significa que só tem acesso a esses locais quem comprovar que está vacinado contra covid-19, recuperado da doença ou apresentar um teste negativo recente.

No entanto, em breve, somente recuperados e vacinados serão aceitos em determinados lugares, como eventos culturais, restaurantes e trens de longa distância. Ou seja, um teste negativo não será mais suficiente.

Votação polêmica

Os parlamentares franceses se reuniram na tarde de sexta-feira para discutir esse polêmico projeto de lei e as quase 450 emendas em segunda leitura. Após acalorados debates, o texto foi finalmente aprovado na madrugada deste sábado, com 185 votos a favor, 69 contra e oito abstenções.

Apesar de dias de deliberações em um comitê de mediação, a Assembleia Nacional e o Senado não conseguiram chegar a um acordo. A votação final da Assembleia Nacional está agora marcada para a tarde deste domingo.

Alta no número de casos

Como muitos países europeus, a França está atualmente lutando contra uma nova onda de coronavírus, causada principalmente pela variante ômicron, que já responde por 90% dos casos sequenciados.

Nesta semana, o país de cerca de 67 milhões de habitantes registrou um recorde de mais de 329.000 infecções em um único dia.

A incidência de casos chegou 2.829 a cada 100.000 habitantes em sete dias. Em cinco departamentos da área de Paris e nos Alpes franceses, a incidência subiu para mais de 4.000. Para comparação, a Alemanha atingiu neste sábado a taxa de incidência recorde de 497 a cada 100.000 habitantes em sete dias.

Menos pacientes na UTIs

Apesar da altíssima incidência, a França espera menos pacientes em unidades de terapia intensiva (UTIs) do que durante a primeira onda de coronavírus, há quase dois anos.

“Estamos assumindo cenários que sobrecarregarão os hospitais, mas não serão piores do que já vivemos”, disse Simon Cauchemez, do Instituto Pasteur.

O pico de internações hospitalares é esperado até o final do mês, com 2.500 a 5.000 pacientes com covid-19 diariamente. Atualmente, existem cerca de 4.000 pacientes em UTIs na França. O número máximo foi de cerca de 7.000 pacientes em terapia intensiva, em abril de 2020.

No começo do mês uma fala do presidente francês, Emmanuel Macron, causou polêmica. Ele disse que pessoas não vacinadas são “irresponsáveis” e que planejava tornar suas vidas tão complicadas que elas acabariam tendo de tomar a vacina.

“Os não vacinados, quero muito encher o saco deles. E vamos continuar fazendo isso, até o fim. Essa é a estratégia”, disse Macron.

Holanda afrouxa restrições

Enquanto isso, o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, anunciou que as medidas de restrição serão relaxadas no país. Lojas, academias, cabeleireiros, sex shops e universidades estão agora autorizadas a reabrir. No entanto, bares, restaurantes, cafés e instituições culturais permanecerão fechados pelo menos até 25 de janeiro.

O primeiro-ministro descreveu a flexibilização como um “grande momento” para os holandeses, que tiveram que passar o Natal e o Ano Novo em casa depois que as regras mais rígidas entraram em vigor em 19 de dezembro.

O ministro da Saúde, Ernst Kuipers, justificou a reabertura citando o declínio no número de internações hospitalares. No entanto, ainda é muito cedo para reabrir bares e restaurantes, enfatizou Rutte.

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