Uma pesquisa da Universidade de Bristol, Reino Unido, revelou humanos pré-históricos já usavam artefatos parecidos com as mamadeiras modernas para alimentar seus bebês com leite.

Segundo o estudo, os recipientes para alimentar bebês eram feitos de argila e começaram a aparecer no período Neolítico, cerca de 5 mil anos atrás, tornando-se mais comuns nas Idades do Bronze e do Ferro, entre 3 mil a 700 anos a.C.

Esse alimentadores eram pequenos, para caber nas mãos dos bebês, e tinham um bico estreito, pelo qual o líquido poderia ser sugado. Alguns também tinham animais desenhados.

Antigamente achava-se que esse tipo de artefato era usado para alimentar pessoas que estivessem doentes. Mas essa nova pesquisa tinha como objetivo investigar se os objetos eram, na verdade, “mamadeiras” para os bebês.

Os artefatos estudados foram encontrados em sepulturas de crianças na Bavária, Alemanha, e passaram por uma análise química para identificar que tipo de resíduo alimentício havia neles.

Os resultados das análises, aliados ao fato de que os objetos foram encontrados em tumbas infantis, fizeram os pesquisadores concluírem que de fato eles eram mamadeiras, usadas para alimentar os bebês com leite de outros animais, como ruminantes (vacas, cabras etc) ou não ruminantes (porcos) e outros tipos de alimentos líquidos, durante a fase de desmame.

Diferentes modelos de mamadeiras, datados entre 1200 a 800 anos a.C / Foto: Katharina Rebay-Salisbury/Nature

Julie Dunne, a autora principal da pesquisa, disse em comunicado da universidade que objetos parecidos foram encontrados em outras culturas pré-históricas, como nas culturas romana e grega antigas, e que gostaria de ampliar os estudos para descobrir se eles tinham a mesma finalidade.

“Criar bebês na pré-história não era fácil, estamos interessados em pesquisar as práticas culturais da maternidade, que tinham uma profunda implicação na sobrevivência dos filhos”, disse a pesquisadora Katharina Rebay-Salisbury, do Instituto para Arqueologia Europeia e Oriental da Academia Austríaca de Ciências, parceira do estudo. “É fascinante poder descobrir, pela primeira vez, qual alimento os artefatos continham”, afirmou.

A pesquisa foi publicada na revista “Nature”.